Treinador português foi ainda questionado pela ambição de treinar um dos três ‘grandes’ em Portugal.

epa concedeu, esta quarta-feira, uma extensa entrevista à Rádio Renascença, tendo sido desafiado a falar da época instável do Vitória SC, da mira europeia da próxima temporada e da ambição do emblema de Guimarães sempre que se inicia uma nova época.

“Faço um balanco positivo. Houve muita instabilidade ao longo da época, muita com responsabilidade nossa. É algo que queremos e temos de melhorar, porque queremos ser melhores e ponto final. Não vale a pena estar com desculpas, porque temos de ter a capacidade de contornar isso e sermos mais competentes. Quando estava fora falava-se do Vitória como um cemitério de treinadores, era a gíria, que era um clube difícil. Se voltasse atrás um ano, era igual, não pensava duas vezes. É um clube especial, adeptos com uma exigência tremenda”, começou por dizer.

Questionado sobre a pressão que existe em Guimarães por parte dos adeptos, o treinador de 41 anos falou num grau de exigência semelhante ao dos três ‘grandes’ portugueses.

“Posso dizer uma asneira, mas eu acho que há mais [por comparação aos três ‘grandes’]. Num Porto, Benfica e Sporting, cinco derrotas são um descalabro. Aqui a exigência é igual, mas a verdade é que os recursos são outros, completamente diferentes. A exigência é a mesma, portanto é este equilíbrio que é importante termos. A nossa ambição não tem limite, mas temos que ter os pés bem assentes no chão e saber lidar com a derrota, que é algo que vai acontecer infelizmente algumas vezes. O dinheiro não ganha jogos, ajuda em muita coisa, mas aqui não pode ser”, atirou.

Antes de chegar ao Vitória SC, Pepa destacou-se no Tondela e, posteriormente, no Paços de Ferreira, tendo colocado os pacenses na rota da Europa, através da quinta posição em 2020/21, tendo falado do grau de aventura e de competência necessário a ter.

“Lembro-me quando saí da formação do Benfica, fui para o distrital de Aveiro e chamaram-me de maluco, que nunca iria chegar ao futebol profissional. É preciso ter competência, mas também sorte de estar no sítio certo à hora certa. Podemos ter sorte nas oportunidades, mas no resto não vamos ter. Em qualquer área, temos de estar preparados e temos de ser competentes”, afirmou.

“Fase de grupos? Não podemos ambicionar outra coisa. Arrisco-me a dizer que o que tiver de sair no sorteio, saiu. Em bom português: quem vier, morre. Tem de ser esse o nosso pensamento, com respeito por todos os clubes. Não é falsa humildade, é o que é”, comentou em relação ao sorteio que vai colocar o Vitória SC nos potes de acesso à segunda pré-eliminatória da terceira prova europeia.

Para finalizar, quando questionado sobre o objetivo de chegar a um ‘grande’, Pepa não hesitou em colocar os vimaranenses na rota dos grandes clubes portugueses.

“Às vezes fazem-se essas ligações, mas no futebol profissional, uma pessoa coloca isso de parte. Chegar a um grande, pode parecer estranho, mas eu acho que já cheguei a um grande. O Vitória não tem os recursos do Porto, Benfica e Sporting, mas é um grande clube. Não me vou andar a queixar quando temos estes recursos. É com o que temos. Vai-nos obrigar a ser ainda mais competentes e com pouco fazer muito”, rematou.

Recorde-se que o Vitória SC ficou em sexto lugar, com 48 pontos, a três do Gil Vicente, detentor da última vaga de acesso à Liga Conferência Europa. Contudo, a derrota do Tondela no Jamor abriu uma nova vaga e, por isso, o sexto classificado irá arrancar a época mais cedo que os restantes clubes da I Liga.