Crescimento previsto para este ano reflete “um forte efeito de arrastamento associado ao crescimento ao longo de 2021, a dinâmica do primeiro trimestre do ano, mas também uma acentuada desaceleração no resto do ano”.
OBanco de Portugal (BdP) estima que a economia portuguesa vai crescer 6,3% este ano, acima dos 4,9% previstos anteriormente, seguindo-se depois um crescimento de 2,6% e 2% em 2023 e 2024, respetivamente, de acordo com o Boletim Económico de junho de 2022, divulgado esta quarta-feira.
“As projeções para 2022 a 2024 refletem a continuação da recuperação da economia portuguesa após o choque pandémico, num enquadramento externo agravado pela injustificada invasão russa da Ucrânia. Em 2022, a economia cresce 6,3%, refletindo um forte efeito de arrastamento associado ao crescimento ao longo de 2021, a dinâmica do primeiro trimestre do ano, mas também uma acentuada desaceleração no resto do ano. Em 2023 e 2024, o crescimento da atividade será de 2,6% e 2%“, pode ler-se no comunicado do BdP.
Já a inflação deverá aumentar para 5,9% em 2022, reduzindo-se para 2,7% e 2,0% nos dois anos seguintes, estima o supervisor.
“Este perfil reflete a evolução das pressões externas sobre os preços. Ao longo do horizonte de projeção, estas vão-se dissipando, sendo parcialmente compensadas por um aumento das pressões internas”, diz a entidade liderada por Mário Centeno.
O consumo privado aumenta 5,2% em 2022, “com redução da poupança corrente, desacelerando em 2023-24 para uma evolução mais alinhada com a do rendimento disponível real, que se reduz 0,4% em 2022 e cresce 1,5% em média nos dois anos seguintes”.
Já o investimento mantém um crescimento de 6% em média em 2022-24, próximo do observado em 2021, em larga medida refletindo os recebimentos de fundos europeus.
“As exportações crescem 13,4% em 2022, desacelerando gradualmente para um ritmo próximo do pré-pandemia em 2024. Este perfil é determinado pela recuperação das exportações de serviços, projetando-se que o turismo regresse ao nível pré-pandémico em meados de 2022”, pode ler-se.
Relativamente ao mercado de trabalho, “o crescimento do emprego abranda ao longo do horizonte de projeção”.
“A taxa de desemprego diminui para 5,6% em 2022 e 5,4% nos anos seguintes. Os salários reais por trabalhador no setor privado reduzem-se 1% em 2022, refletindo a subida da inflação, mas aumentam, em média, 2% em 2023-24, aproximadamente em linha com a produtividade”, é ainda referido.