Temporal deixou quase 800 desabrigados, em meio a chuvas, ventos fortes e inundações.
Na sua passagem pela República Dominicana nesta segunda-feira (19), o furacão Fiona deixou, até o momento, quase 800 desabrigados, em meio a chuvas, ventos fortes e inundações, após provocar danos catastróficos em Porto Rico.
As precipitações registradas desde a madrugada de hoje e os ventos obrigaram as autoridades a levarem 789 pessoas para “áreas seguras”, sendo 519 transferidas para abrigos públicos, afirmou o diretor do Centro de Operações de Emergência (COE), major-general Juan Méndez García, em seu primeiro boletim à imprensa.
De acordo com o COE, outras três regiões foram declaradas em alerta vermelho, totalizando 16 das 32 províncias do país, situadas no norte e no leste.
Hoje, moradores de bairros pobres de Nagua (norte), uma das regiões em alerta pelo furacão, caminhavam entre suas casas de madeira, com água até os tornozelos. Fiona também deixou ruas alagadas, vias bloqueadas e postes de luz derrubados nos setores de Bávaro, Verón e Friusa, na turística Punta Cana (leste), observaram jornalistas da AFP. A região está sem energia elétrica.
“Passou em alta velocidade”, comentou Vicente López, encarregado de cuidar da praia de Bibijagua, em Punta Cana, lamentando o rastro de destruição.
A imprensa local relata inundações em outras localidades costeiras deste país caribenho, entre elas Higüey.
“O olho do furacão Fiona tocou solo na costa da República Dominicana perto de Boca de Yuma às 3h30 (4h30 no horário de Brasília)”, com ventos estimados em 150 km/h, informou o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC, na sigla em inglês) no Twitter.
As chuvas continuarão “pelo menos até quinta-feira”, disse Francisco Holguín, do Escritório Nacional de Meteorologia (Onamet), em entrevista à televisão.
O governo suspendeu o dia de trabalho no dia de hoje, numa nação de 10,5 milhões de habitantes.
O furacão é de categoria 1, a mais baixa do total de cinco na escala de Saffir-Simpson, mas se espera que “ganhe ainda mais força nas próximas 48 horas”, acrescentou o NHC.
‘Danos catastróficos’
O furacão Fiona deixou Porto Rico sem energia elétrica no domingo (18), após provocar chuvas torrenciais que causaram graves danos materiais em várias regiões da ilha caribenha, antes de tocar o solo da República Dominicana nesta segunda.
Ontem, o temporal provocou um apagão geral em Porto Rico desde pouco depois das 13h (14h no horário de Brasília), relatou a Autoridade de Energia Elétrica de Porto Rico, a empresa pública encarregada da geração de energia elétrica.
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Esse órgão conseguiu religar vários geradores, um primeiro passo para o restabelecimento da rede elétrica, afirmou seu diretor, Josué Colón, em entrevista transmitida pela televisão.
Segundo os protocolos estabelecidos, assim que conseguir reativar a rede, a autoridade tentará restabelecer, em primeiro lugar, o serviço em hospitais e em outros prédios governamentais que oferecem serviços essenciais.
Cheias e inundações
“Toda ilha está experimentando um grande acúmulo de água”, informou na tarde de domingo o governador do Porto Rico, Pedro Pierluisi, durante coletiva de imprensa.
As autoridades reportaram danos graves em muitas localidades de Porto Rico, como quedas de árvores e da rede elétrica, deslizamentos, desmoronamentos e obstruções viárias.
Em Utuado, no centro da ilha, a cheia de um rio arrastou uma ponte, segundo Pierluisi.
“Os danos que estamos vendo são catastróficos em várias áreas”, declarou o governador.
Os rios Grande de Loiza e Cagüitas, no norte e no centro da ilha, transbordaram em algumas áreas, disse o Serviço Meteorológico Nacional dos Estados Unidos (NWS, na sigla em inglês) no Twitter.
Segundo a imprensa local, outros rios transbordaram no sudeste da ilha, inundando rodovias e áreas urbanas.
Na montanha e na região sudoeste, várias famílias perderam os tetos de suas casas pelas rajadas de ventos e tiveram de se abrigar em refúgios habilitados pelo governo.
O furacão deixou pelo menos 196.000 pessoas sem água potável, devido aos apagões e às cheias dos rios, informaram as autoridades.