Sem data de julgamento, espanhol deverá deixar prisão.
Um homem acusado de matar, esquartejar e queimar a sua esposa, em Lanzarote, Espanha, deverá ser libertado em breve. De acordo com o jornal espanhol ABC, na próxima segunda-feira, 16 de janeiro, completam-se quatro anos desde que foi decretada prisão preventiva ao suspeito, Raúl Díaz, e, sem julgamento marcado, deverá ser libertado antes dessa data.
O Ministério Público espanhol já pediu ao juiz de instrução medidas cautelares, como a comparência diária junto das autoridades e a retirada do passaporte. Já os representantes da família da vítima, Romina Celeste Núnez, alertaram para o perigo de fuga do suspeito.
A mulher, paraguaia, de 29 anos, foi morta em 2019, não tendo sido possível descobrir a forma como morreu. Posteriormente, o marido, engenheiro industrial, de 44 anos, acabou detido, alegando que tinha consumido drogas e que a tinha encontrado morta ao chegar a casa.
O homem desmembrou o corpo e queimou-o na churrasqueira que tinham no jardim. Na altura, ainda chegou a reportar o desaparecimento da mulher, que 48 horas antes do crime tinha ido ao hospital, com ferimentos, mas não chegou a ser atendida, nem foi ativado um protocolo para possíveis maus-tratos, uma vez que Raúl Diaz apareceu no hospital e a levou. O processo dá também conta de outros momentos de violência.
A polícia conseguiu detê-lo depois de intercetar uma chamada, na qual o homem contava a um familiar como se havia livrado do corpo, revelado que os restos que não havia queimado, foram colocados em sacos de lixo, que foram atirados ao mar, em diferentes pontos.
A polícia conseguiu apenas encontrar uma pequena parte de um pulmão da vítima, do qual foi possível extrair ADN e confirmar a identidade.
Há quatro anos em preventiva, o homem continua a aguardar julgamento, sem data.
Raúl considerava, segundo cita o ABC, Romina “um ser inferior”, porque era uma “jovem, estrangeira e sem recursos, que praticava a prostituição para se sustentar financeiramente”. O homem, divorciado, conheceu-a num clube e depois de um curto período de namoro, casaram. Romina tinha dois filhos no Paraguai.
O Ministério Público está a pedir 20 anos e dois meses de prisão.