Nove ex-funcionários denunciam várias situações de alegada violação da privacidade dos proprietários dos veículos, nomeadamente “alguns objetos de cariz sexual” e até o acesso à morada dos clientes.
“Os seus dados permanecem consigo.” Esta é a política de privacidade da Tesla, que está, aliás, destacada no site da empresa de carros elétricos. Mas, de acordo com uma investigação da agência Reuters, não será bem assim.
Segundo a investigação, nove ex-funcionários da Tesla admitiram ter acesso às imagens gravadas pela câmara incorporada nos veículos, que seriam depois partilhadas entre colegas através de um software de mensagens internas, o Mattermost. De acordo com os ex-funcionários, eram partilhados vídeos privados que tanto poderiam mostrar “situações embaraçosas” da vida dos proprietários do veículo como “situações mundanas”, como imagens de cães ou sinais de trânsito que depois eram transformados em ‘memes’.
“Vi algumas coisas escandalosas, como cenas de intimidade, mas não de nudez. Havia muita coisa que nunca na vida gostaria que alguém me visse a fazer”, revelou um antigo funcionário à Reuters, concretizando que algumas dessas cenas incluíam “objetos embaraçosos”, como “algumas peças de roupa, alguns objetos de cariz sexual”.