Pelas contas da TVI, feitas com base no contrato analisado por especialistas em direito do trabalho, Christine Ourmières-Widener poderá ter direito a pelo menos 4,5 milhões de euros de indemnização, caso fique provado que o Governo não tinha argumentos para invocar um despedimento por justa causa.
Christine Ourmières-Widener disse no início de abril que lhe foi pedido que se demitisse, numa reunião com Fernando Medina, na véspera do anúncio público da exoneração dos presidentes da companhia, apesar do reconhecimento do “trabalho fantástico” da gestora.
A ex-CEO contestou o despedimento e acusou o Governo de ter tido “pressa política” para a demitir, segundo a contestação da defesa.
Contudo, vale lembrar que a deliberação que suporta a demissão por justa causa da diretora executiva e do presidente da TAP acusa ambos de violarem os estatutos da empresa, assim como os deveres de cuidado e lealdade impostos no exercício de funções.
Christine Ourmières Widener terá violado as normas por ter iniciado, por sua iniciativa, e conduzido o processo que culminou no acordo de saída de Alexandra Reis, tendo-o subscrito, igualmente sem ter solicitado a convocação de uma AG ou sequer ter reportado ao Ministério das Finanças.