SC Braga garante a sua oitava final ao empatar no Minho com Nacional da Madeira (2-2).

Depois do triunfo na 1.ª mão por números expressivos (0-5), o jogo deste domingo foi para cumprir calendário, com várias mexidas no onze inicial, onde os pupilos de Artur jorge, carimbaram a sua presença na final com um agregado de (7-2)

A equipa orientada por Artur Jorge adiantou-se no marcador aos 33’ (1-0), após falta de José Gomes sobre Uros Racic na grande área dos insulares, de cuja conversão se encarregou o médio sérvio para inaugurar o marcador.

Tudo em toada norma, com a grande diferença de valores entre as equipas patente pese embora a abnegação e atitude positiva dos visitantes, face ao peso do resultado da primeira mão que tudo decidiu de antemão, o encontro desenrolou-se em tom de parada e resposta, mas com sinal mais dos locais.

No recomeço (48’), Rodrigo Gomes desarmou Marakis e rematou, cruzado, colocado e fortíssimo, para aumentar para 2-0.

Tudo decidido, Filipe Cândido, técnico da equipa da Liga 2, esgotou cedo as substituições, Artur Jorge fez o mesmo e foi num lance de bola parada, com Clayton a cabecear de forma superior a livre de Pipe Goméz, que o Nacional atenuou a desvantagem (2-1), aos 72’. E já no tempo de compensação (90+2’), uma jogada individual de Dudu acabou com Tormena a escorregar na sua grande área e a cometer grande penalidade sobre o jogador dos madeirenses, que se encarregou da conversão para selar um empate (2-2) que se ajusta melhor à boa imagem deixada pelo Nacional no encontro.

O Nacional é a quinta equipa eliminada pelo SC Braga nesta Taça de Portugal, em que se desembaraçou, sucessivamente, de Felgueiras (2-1), Moreirense (2-1), V. Guimarães (3-2), Benfica (1-1, 5-4 nos penáltis) e agora o Nacional (5-0 e 2-1, agregado de 7-1).

Um jogo agradável de seguir, sem os ‘guerreiros do Minho’ forçarem a nota, mas, na inversa, também sem baixar a guarda, ante uma formação madeirense desinibida e que mostrou argumentos para mais, não fosse o esmagador resultado da primeira mão: ficaram a atitude e o futebol positivos apresentados, a corrigir a imagem e a dar uma ideia bem mais consentânea, como pretendia o seu treinador para este segundo jogo, em que pouco mais havia a fazer, ninguém ousando esperar ‘milagre’ de um 6-0.

Na final da competição – que o SC Braga já conquistou em três edições, 1965/66, 2015/16 e 2020/21 -, que será jogada a 4 de junho no Estádio Nacional (Oeiras), os ‘guerreiros do Minho’ ficam à espera do vencedor da outra meia-final, entre Famalicão e FC Porto, que jogam a primeira mão do seu duelo na quarta-feira (20.30), dia 26 do corrente mês, com a segunda mão agendada para o Estádio do Dragão, no Porto, a 4 de maio.

Declarações de Artur Jorge, treinador do Sp. Braga, na sala de imprensa do Estádio Municipal de Braga, após o empate (2-2) frente ao Nacional no jogo da 2.ª mão das meias-finais da Taça de Portugal, que confirmou a passagem à final do Sp. Braga:

«Sinto uma grande satisfação e orgulho pelo trajeto, que foi de ótimo nível, eliminámos o Felgueiras, Moreirense, V. Guimarães, Benfica e agora o Nacional; fomos competentes em todos os jogos e é com mérito que chegámos à final, estamos todos muito satisfeitos».

«Chegar à final desta prova era um dos objetivos da época e, no campeonato, temos cinco finais pela frente, temos que ser muito competentes para atingirmos os nossos objetivos. Não tenho nenhum adversário preferido e se tivesse não o admitia aqui. Agora, temos que redefinir objetivos porque antes era chegar à final e agora queremos vencer e estou a dizer isto antes de saber o adversário».

«Não fiquei satisfeito com o resultado e os jogadores também não. A ganhar por 2-0 não devíamos ter permitido que o Nacional empatasse. Isso aconteceu de uma forma que não me agradou, baixámos de intensidade e não o devíamos ter feito. Mas, depois do 5-0 da 1.ª mão e de estarmos em vantagem por 2-0 acaba por haver algum relaxamento, digo-o frontalmente, mas tenho que valorizar o percurso e o objetivo alcançado, mas queríamos continuar na série de vitórias».

[Disputar uma final da Taça de Portugal como jogador e agora como treinador] «É uma satisfação para mim, é um orgulho tremendo, já sofri enquanto adepto em duas finais, numa perdemos e ganhámos outra, espero sair feliz do jogo e com a satisfação de vencer».

Declarações de Filipe Cândido, treinador do Nacional da Madeira, na sala de imprensa do Estádio Municipal de Braga, após o empate (2-2) frente ao Sp. Braga no jogo da 2.ª mão das meias-finais da Taça de Portugal, que confirmou a passagem à final do Sp. Braga:

«A equipa hoje deixou uma imagem muito semelhante à do primeiro jogo; se olharmos para os dados estatísticos do primeiro jogo o que fez a diferença foi a eficácia do Braga, que resolveu a eliminatória verdadeiramente, porque seria sempre muito difícil reverter um resultado dessa natureza. Quero deixar uma palavra para os nossos jogadores, o que fizeram hoje foi um prémio ao nosso trajeto nesta competição, fomos uma equipa que dignificou o clube em todos os jogos, tínhamos a ambição de poder avançar, mas defrontámos uma equipa que está num momento muito bom, vai a esta final e tem possibilidades de ser campeã nacional».

«Pode dizer-se que o Braga estava mais relaxado, mas a nossa equipa teve sempre dignidade.  Temos jogadores se querem mostrar porque não são assim tão conhecidos, hoje tínhamos que jogar com muita ambição. Eu também nunca tinha estado numa meia-final como jogador, é um jogo sempre bom para jogar independentemente do primeiro jogo e deixámos aqui uma boa imagem».

«Temos na memória o Nacional europeu, mas tinha um financiamento bem diferente, que nós não temos. Como treinador não me agarro ao que quer que seja, só ao trabalho. Os orçamentos não ganham jogos, mas se não fosse assim, o Manchester City e outras equipas semelhantes não gastavam tanto dinheiro porque com pouco também tinham grandes equipas».

Ficha de jogo

Jogo no Estádio Municipal de Braga.

SC Braga – Nacional, 2-2.

Ao intervalo: 1-0.

Marcadores:

1-0, Racic, 33 minutos (grande penalidade).

2-0, Rodrigo Gomes, 48.

2-1, Clayton, 72.

2-2, Dudu, 90+3 (grande penalidade).

Equipas:

– SC Braga: Tiago Sá, Joe Mendes, Paulo Oliveira (Tormena, 60), Serdar, Sequeira (Borja, 60), Racic, André Horta (Gorby, 46), Pizzi (Iuri Medeiros, 69), Rodrigo Gomes, Álvaro Djaló (Bruma, 69) e Banza.

(Suplentes: Lukas Hornicek, Tormena, Borja, Gorby, Al Musrati, Bruma, Iuri Medeiros, Ricardo Horta e Abel Ruiz).

Treinador: Artur Jorge.

– Nacional: Lucas França, João Aurélio, Clayton, Rafael Vieira (André Sousa, 58), José Gomes, Danilovic (Marakis, 46), Jota, Luís Esteves (Pipe Gomez, 46), Witi, Ruben Macedo e Zé Manuel (Dudu, 46).

(Suplentes: Rui Encarnação, Paulo Vítor, Bruno Gomes, Marakis, Pipe Gomez, Carlos Daniel, Martim Gustavo, André Sousa e Dudu).

Treinador: Filipe Cândido.

Árbitro: João Gonçalves (Porto).

Ação disciplinar: cartão amarelo para Pizzi (21), Danilovic (35), João Aurélio (58).

Assistência: 5.603 espetadores.