A Rússia identificou hoje o cidadão russo Alexei Liovkin como um dos membros do grupo que atacou na segunda-feira Belgorod, junto à fronteira com a Ucrânia, e que é procurado pelas autoridades de Moscovo desde 2018.

As autoridades disseram que Liovkin entrou no território da região de Bolgorod como membro do grupo de sabotagem do Corpo de Voluntários Russos, juntamente com os guerrilheiros da Legião Liberdade para a Rússia, segundo a agência espanhola EFE.

De acordo com a agência oficial russa TASS, um tribunal de Moscovo ordenou a prisão de Liovkin à revelia em 2018, depois de o ter acusado de criar uma “comunidade extremista”.

Liovkin também foi acusado de “incitar ao ódio ou à inimizade, bem como à humilhação da dignidade humana, nomeadamente através da utilização da Internet”.

Os guerrilheiros da Legião Liberdade para a Rússia assumiram a responsabilidade pelo ataque em Bolgorod, na segunda-feira, através de mensagens na rede social Telegram.

“A Rússia será livre”, escreveu o grupo, que afirmou estar a “lutar contra o regime ditatorial na Rússia”.

O Corpo de Voluntários Russos publicou vídeos de Liovkin com a frase: “As notícias dos campos de Belgorod não demoram a chegar!”, segundo a EFE.

Liovkin diz-se membro do grupo, que se descreve como “uma formação de voluntários russos que lutam ao lado da Ucrânia”.

No início de março, o Corpo de Voluntários Russos reivindicou a responsabilidade pelo ataque em Bryansk, na fronteira com a Ucrânia, que matou duas pessoas e feriu um menor.

A Rússia acusou a Ucrânia de preparar o ataque transfronteiriço, o que Kiev negou, dizendo que foi executado por combatentes russos que se opõem ao Presidente Vladimir Putin.

O Comité de Investigação da Rússia abriu um processo-crime ao abrigo de seis artigos do Código Penal para o ataque, incluindo por terrorismo e homicídio.

Pelo menos dez pessoas ficaram feridas no ataque, enquanto uma mulher idosa morreu quando estava a ser retirada da área, segundo as autoridades locais.

Na sequência do ataque, a região de Belgorod foi colocada sob o “regime jurídico de uma zona de operações antiterroristas” para permitir a atuação das forças armadas e de outras agências de segurança russas.

Posteriormente, Moscovo anunciou que tinha eliminado o grupo que participou no ataque em Belgorod, naquela que foi a incursão mais séria em território russo desde o início da invasão.

“Durante a operação antiterrorista, com a ajuda de ataques aéreos e de artilharia e com a ação das unidades de defesa da fronteira do Distrito Militar Ocidental, as formações nacionalistas [ucranianas] foram travadas e esmagadas”, reivindicou o Ministério da Defesa da Rússia, em comunicado.

“Os restantes nacionalistas foram empurrados para o território da Ucrânia, onde os ataques (…) prosseguiram até à sua eliminação total”, acrescentou o Ministério, alegando ter matado “mais de 70 terroristas ucranianos”.

As autoridades russas não fizeram referências a baixas do seu lado.