O presidente russo terá também aludido à hipótese de atacar a sede da inteligência militar da Ucrânia, “que foi atingida há dois ou três dias”.
Numa reação ao ataque com drones levado a cabo esta manhã de terça-feira em Moscovo, o presidente russo, Vladimir Putin, atribuiu responsabilidades ao regime do homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, considerando que se tratou de “um ato de terrorismo”.
Na ótica do chefe de Estado, este incidente contra “alvos pacíficos” confirma “os métodos usados por Kyiv”, citou a agência RIA.
Putin alertou ainda que o ataque se tratou de “uma tentativa de provocar uma reação da Rússia”, o que classificou como “preocupante”.
“Os cidadãos ucranianos têm de entender isto”, salientou.
O presidente russo terá também aludido à hipótese de atacar a sede da inteligência militar da Ucrânia, “que foi atingida há dois ou três dias”, disse a agência TASS.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, ecoou estas considerações, afirmando que o ataque em Moscovo tratou-se de “uma resposta de Kyiv” às ofensivas levadas a cabo pelo exército russo na capital ucraniana nos últimos dias. Disse, por isso, que “mais uma vez se confirma” a necessidade de prosseguir com a “operação militar especial”.
Já o Ministério da Defesa da Rússia, que também acusou a Ucrânia de estar por detrás do incidente desta manhã, que provocou “danos menores” em vários edifícios, sublinhou que poderá vir a “tomar medidas mais severas”, ao mesmo tempo que atirou que “as garantias dos oficiais da NATO de que o regime de Kyiv não atacaria o território russo revelaram-se completamente hipócritas”.
Segundo a mesma fonte, oito drones estiveram envolvidos no ataque, e todos foram destruídos.
O presidente da câmara de Moscovo, Sergei Sobyanin, indicou que não há feridos graves e que uma investigação ao sucedido está em curso.
No entanto, o conselheiro presidencial ucraniano, Mykhailo Podolyak, negou qualquer envolvimento de Kyiv no ataque contra a capital russa, ainda que se tenha mostrado satisfeito, alertando, também, para um possível aumento deste tipo de incidentes.
Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já provocou a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas, segundo os dados mais recentes da Organização das Nações Unidas (ONU), que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A entidade confirmou ainda que já morreram mais de 8.895 civis desde o início da guerra e 15.117 ficaram feridos, sublinhando, contudo, que estes números estão muito aquém dos reais.