O Presidente da República recusou comentar a missiva do líder social-democrata, na qual pediu a demissão da secretária-geral do SIRP por causa da polémica com o computador do ex-adjunto de João Galamba.

De visita ao Peso da Régua para comemorar um Dia de Portugal no interior do Vale do Douro, Marcelo Rebelo de Sousa recusou-se a comentar a carta enviada por Luís Montenegro ao primeiro-ministro, mas apontou que já recebeu o documento.

Em declarações aos jornalistas, o Presidente da República vincou que a carta não foi dirigida a si, pelo que considera que não está em posição de responder.

“Agradeci, recebi e registei. É uma carta dirigida a outra entidade, outro órgão de soberania, com conhecimento do Presidente da República, e eu vou registando tudo que se passa na vida económica, social e política portuguesa ao longo destes dias e semanas e meses. E não vou estar a dizer o que penso dia a dia, semana a semana ou mês a mês”, salientou, preferindo focar-se nas celebrações do feriado nacional.

Questionado sobre o seu discurso de amanhã, Marcelo referiu ainda que as suas palavras no Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades “é sempre sobre o país, nunca sobre os acontecimentos do dia-a-dia”, deixando claro que não vai falar sobre as polémicas das últimas semanas.

Depois de uma passagem pela África do Sul, onde visitou a diáspora portuguesa, o Presidente da República vai fazer-se acompanhar mais uma vez por António Costa no sábado, para assistir às comemorações no Peso da Régua, afirmando que o dia será “muito especial para o país ser vivido num município que não é uma grande cidade, não é capital de distrito e nem é capital de bispado”.

Esta sexta-feira, Luís Montenegro escreveu uma carta a Costa, na qual pediu a demissão da secretária-geral do Sistema de Informações da República Portuguesa (SIRP) devido à polémica em torno do caso do ex-adjunto de João Galamba. O líder do PSD acrescentou que, caso essa demissão não ocorra, os sociais-democratas vão retirar a sua confiança à direção do organismo.

“Caso não ocorra qualquer demissão, quero que V. Ex.ª saiba que passará a ocorrer um facto inédito em toda a democracia portuguesa: a direção do SIRP deixará de ter a confiança do maior partido da oposição. Espero que o SIRP continue a servir o Estado, mas fá-lo-á apenas com o aval e a confiança do Governo”, disse Montenegro, na carta.