EUA reiteram que não defendem a independência de Taiwan

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, reiterou hoje que os EUA não apoiam a independência de Taiwan, mas garantiu que manterão o compromisso de defender esse território de qualquer ameaça por parte da China.

“Continuamos a opor-nos a qualquer mudança unilateral do ‘status quo’ por qualquer uma das partes. E continuamos a desejar a resolução pacífica das nossas diferenças”, disse o chefe da diplomacia dos EUA, referindo-se ao caso de Taiwan, no segundo e último dia de visita a Pequim, quando reuniu com o Presidente chinês, Xi Jinping.

Contudo, Blinken acrescentou que os Estados Unidos continuam comprometidos com as suas responsabilidades ao abrigo da Lei de Relações com Taiwan, entre as quais destacou o dever de garantir que a ilha “tenha a capacidade de se defender”.

No domingo, a diplomacia chinesa tinha deixado o recado de que a questão de Taiwan constitui “a maior ameaça” ao bom relacionamento entre as duas potências.

“A questão de Taiwan é a questão fundamental dos interesses superiores da China, a questão mais importante nas relações entre a China e os EUA e o maior perigo”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Qin Gang, ao seu homólogo norte-americano, durante uma reunião.

Nas últimas semanas, a China tem intensificado os apelos para que os Estados Unidos não interfiram na ambição de conseguir que o território de Taiwan regresse à soberania de Pequim, reiterando a vontade em atingir esse objetivo por meios pacíficos ou, se necessário, através da força militar.

O chefe da diplomacia chinesa também admitiu que as relações entre os dois países “estão no seu ponto mais baixo desde o estabelecimento das relações diplomáticas, reconhecendo que a situação não responde aos “interesses fundamentais dos dois povos”.

Nos seus encontros bilaterais, Blinken abordou ainda outros pontos de discórdia entre os dois países, para além da questão de Taiwan, incluindo o relacionamento com a Coreia do Norte, as reivindicações territoriais chinesas no Mar da China Meridional, a estratégica dos ‘chips’ eletrónicos ou a comercialização do fentanil, um poderoso analgésico opioide.

“Também discutimos a violação de direitos humanos em Xinjiang e no Tibete, as divergências a nível comercial e a detenção ilegal de cidadãos norte-americanos”, acrescentou Blinken.

No final da reunião de hoje com Xi Jinping, o chefe da diplomacia norte-americana reconheceu a relevância da discussão de todos estes temas, mas admitiu que nem todos os problemas ficarão solucionados com a sua visita a Pequim.

“Esta visita não vai resolver, de imediato, todos os problemas ou divergências que existem entre nós. Mas ambos concordamos que é fundamental gerir bem o nosso relacionamento”, disse o secretário de Estado norte-americano.

A visita de Antony Blinken a Pequim surge na sequência de uma conversa, em novembro passado, entre o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o seu homólogo chinês, Xi Jinping, à margem de uma cimeira do G20 na Indonésia.