As autoridades do Uganda anunciaram hoje a detenção de três pessoas pelo seu alegado papel no ataque, no fim de semana passado, a uma escola em Kasese pelas Forças Democráticas Aliadas (FDA), ligadas ao grupo extremista Estado Islâmico.

O comissário distrital de Kasese, Joe Walusimbi, disse que as detenções resultaram de informações recolhidas através do trabalho das forças de segurança com os residentes da zona, noticiou o jornal ugandês “Daily Monitor”, citado pela agência de notícias EFE.

“Prendemos três pessoas e as investigações estão a decorrer. Não posso dizer se são ugandeses ou não. Diremos quando as investigações terminarem, mas, por enquanto, as forças do exército ugandês ainda estão à procura desses rebeldes”, disse.

O Presidente elevou também o número de mortos no ataque para 42, 37 dos quais são estudantes da escola. Entre as vítimas, há 17 que estão completamente irreconhecíveis e que necessitarão de testes de ADN para serem identificadas.

O diretor da escola, Muhindo Raimon, disse que 16 estudantes estão também desaparecidos e que se receia que possam ter sido raptados pelas FDA. As autoridades também aprovaram o reforço da segurança em locais públicos, incluindo escolas e igrejas.

O Presidente do Uganda, Yoweri Museveni, afirmou que o ataque demonstra as ações “desesperadas e cobardes” das FDA e prometeu que o exército ugandês continuará a perseguir os rebeldes na vizinha República Democrática do Congo (RDCongo), onde está envolvido em operações conjuntas para fazer face à ameaça que o grupo representa.

As FDA, um grupo ugandês criado na década de 1990, particularmente ativo no leste da RDCongo e responsável pela morte de centenas de civis nessa parte do país, pode estar a tentar voltar a operar no Uganda, de onde se retirou em 2003 após uma série de operações militares que reduziram drasticamente a sua capacidade de realizar ataques no país.

O grupo separou-se em 2019 depois de Musa Baluku – sancionado pelas Nações Unidas e pelos Estados Unidos – ter jurado fidelidade ao grupo fundamentalista Estado Islâmico na África Central (ISCA), sob cuja bandeira tem operado desde então.

A RDCongo e o Uganda assinaram, em dezembro, um acordo de defesa para a realização de operações conjuntas no leste da RDCongo.