O Presidente chinês, Xi Jinping, afirmou hoje esperar “um resultado positivo” do seu encontro em Pequim com o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, com melhorias nas relações entre os dois países.

“Espero que com esta visita, o secretário de Estado Blinken traga um resultado positivo para a estabilização das relações entre a China e os Estados Unidos”, afirmou Xi Jinping, citado pela televisão pública em inglês da China CGTN, no início do encontro com o dirigente norte-americano, em Pequim.

Xi Jinping disse ao secretário de Estado norte-americano que as interações entre os Estados “devem sempre ser baseadas no respeito mútuo e na sinceridade”.

O Presidente chinês afirmou ainda que foi encontrado um consenso com Washington, de acordo os meios de comunicação chineses.

“Os dois lados fizeram progressos e chegaram a um consenso em alguns pontos específicos”, disse Xi Jinping, chamando a este progresso “uma coisa boa”.

O encontro de hoje entre Xi e Blinken, que não fazia parte da agenda oficial e foi confirmado à última hora, acontece no segundo e último dia da visita do secretário de Estado norte-americano à China.

De acordo com a agência de notícias Associated Press (AP), espera-se que a visita de Blinken dê início a uma nova ronda de visitas de altos funcionários dos Estados Unidos e da China, possivelmente incluindo uma reunião entre Xi e o Presidente norte-americano, Joe Biden, nos próximos meses

Hoje, Blinken já se tinha encontrado com altos funcionários chineses, nomeadamente com o principal diplomata da China, Wang Yi, numa reunião que durou cerca de três horas.

Wang Yi disse hoje ao secretário de Estado norte-americano que a China e os Estados Unidos têm de escolher entre “cooperação ou conflito”, segundo os ‘media’ estatais.

“É necessário fazer uma escolha entre o diálogo e a confrontação, a cooperação e o conflito”, sublinhou, de acordo com a televisão estatal chinesa CCTV.

Wang Yi afirmou também que o país não fará “nenhum compromisso” em relação a Taiwan, ilha que Pequim reclama como seu território e que tem causado uma crescente tensão entre os dois países.

“Manter a unidade nacional está sempre no centro dos interesses fundamentais da China” e, “nesta questão, a China não fará compromissos ou concessões”, disse Wang Yi a Antony Blinken, na primeira visita de um secretário de Estado dos EUA desde 2018.

Wang, o mais alto responsável do Partido Comunista Chinês (PCC) para a diplomacia, pediu que os Estados Unidos respeitem a soberania e a integridade territorial da China e para que se oponham à independência de Taiwan.

Na primeira ronda de negociações, no domingo, Blinken reuniu-se por quase seis horas com o ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Qin Gang, após os dois países terem dito que concordaram em continuar o diálogo de alto nível.

Os dois lados disseram que Qin aceitou um convite de Blinken para visitar Washington, mas Pequim deixou claro que “a relação entre a China e os EUA está no ponto mais baixo desde que foi estabelecida”.

De acordo com a AP, este sentimento é amplamente partilhado pelas autoridades norte-americanas.

Além da questão de Taiwan, outros assuntos têm contribuído para a tensão das relações entre as duas maiores economias do mundo.

Estas incluem a rivalidade no domínio da tecnologia, as sanções norte-americanas contra os gigantes digitais chineses, o comércio, o tratamento da minoria muçulmana uigur no país asiático e as reivindicações de Pequim em relação ao mar do Sul da China.