A França apelou aos países associados à Wagner para se desvincularem da grupo paramilitar russo e frisou estar pronta a impor sanções adicionais pelos crimes que a organização é acusada de cometer na Ucrânia e em África.
“Continuaremos a impor sanções europeias rigorosas pelas ações [do Grupo Wagner] na Ucrânia e em África”, garantiu Olivier Becht, ministro delegado do Ministério dos Negócios Estrangeiros, quando questionado pelo Senado.
O Grupo Wagner, que liderou uma breve rebelião na Rússia na sexta-feira e no sábado, está particularmente ativo em África, nomeadamente no Mali e na República Centro-Africana.
O líder do movimento, Yevgeny Prigozhin, acabou por interromper a sua “marcha sobre Moscovo”, contra a liderança militar do país, e exilar-se na vizinha Bielorrússia.
“Dizemos aos países que escolheram a Wagner, e que talvez se arrependam, que é altura de se dissociarem dela, porque nada de bom pode sair do caos que Wagner se especializou a criar”, declarou o ministro.
Becht criticou o que considerou ser “um grupo criminoso e mafioso que tem entre os seus métodos a violência, a predação, a manipulação, o ajuste de contas”.
O governante francês observou também que, onde quer que o Grupo Wagner esteja presente, “a ameaça ‘jihadista’ aumenta”, apesar de se afirmar que estava tudo sob o seu controlo, “seja na Síria, na Líbia, em Moçambique, no Mali ou na República Centro-Africana”.
Descrevendo o Grupo Wagner como “um verdadeiro flagelo”, cujo “único objetivo é pilhar riquezas em detrimento dos Estados e das populações”, Becht garantiu que a França “não ficará de braços cruzados”.
Terça-feira, o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, anunciou que os Estados Unidos tencionam tomar ainda na semana em curso “novas medidas” contra as atividades do Grupo Wagner em África.