Moçambique inaugurou hoje um centro de emprego e incubadora juvenil na cidade de Pemba, província de Cabo Delgado, norte do país, um empreendimento que contou com a ajuda de Portugal.

O centro que hoje entrou em funcionamento vai proporcionar cursos de formação profissional nas áreas de eletricidade, carpintaria, construção civil, canalização, recursos humanos, administração de empresas e culinária.

Já a incubadora será um espaço com competências para que os beneficiários aprendam a elaborar projetos de negócios visando o autoemprego.

O secretário de Estado da Juventude e Emprego de Moçambique, Osvaldo Petersburgo, defendeu que o empreendimento vai ampliar o leque de oportunidades de formação técnico-profissional para os jovens de Cabo Delgado, num contexto em que o desemprego é apontado como um dos fatores que favorecem o recrutamento de jovens por grupos armados que atuam na província.

Petersburgo apelou aos gestores do centro e da incubadora para que maximizem a qualidade da infraestrutura, garantindo uma formação de excelência aos formandos.

“Não é expectativa daqueles que investiram recursos para este centro que os moçambicanos que cá vierem se formar sejam mal-atendidos”, disse

Por seu turno, Maria Pincarilho, da embaixada de Portugal em Moçambique, apontou a criação de oportunidades de emprego para os jovens de Cabo Delgado, como o grande ganho que será alcançado com o funcionamento do centro e da incubadora.

“É um projeto que tem como objetivo aumentar as oportunidades económicas da população de Cabo Delgado, em particular dos jovens, contribuindo para a melhoria do acesso ao trabalho digno e ao rendimento”, afirmou Pincarilho.

Destacou a importância da formação em competências profissionais que permitam que os beneficiários estejam aptos a inserir-se na cadeia de valor da extração e produção de gás natural da bacia do Rovuma, que se situa na província de Cabo Delgado.

Cabo Delgado enfrenta há cinco anos uma insurgência armada com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

A insurgência levou a uma resposta militar desde julho de 2021 com apoio do Ruanda e da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projectos de gás, mas surgiram novas vagas de ataques a sul de região e na vizinha província de Nampula.

O conflito já fez um milhão de deslocados, de acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e cerca de 4000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos, ACLED.