O primeiro-ministro disse hoje fazer uma “boa leitura” da redução da inflação, que caiu 0,6 pontos percentuais, para 3,4% em junho, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), insistindo que os aumentos salariais não pressionam esta taxa.

“Faço a leitura que todos nós fazemos, uma boa leitura”, mas “o que importa reter é que continuamos a crescer no bom sentido, em que o INE também disse que estamos no máximo histórico de emprego”, disse António Costa.

Falando aos jornalistas portugueses em Bruxelas, no final de um Conselho Europeu em Bruxelas, e no dia em que o INE divulgou um abrandamento na inflação em Portugal, o chefe de Governo português referiu que “a generalidade dos países estão felizmente, neste momento, a ter uma tendência descendente, inclusive aqueles países – como, por exemplo, aqui na Bélgica -, têm uma regra de indexação dos salários à inflação”.

Isso “significa que o que está a acontecer na trajetória da inflação não tem designadamente a ver com a política salarial”, disse, numa altura em que o Banco Central Europeu (BCE) alerta para aumentos salariais e em que avança com aumentos das taxas de juro na zona euro.

A taxa de variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) baixou para 3,4% em junho, menos 0,6 pontos percentuais do que em maio, de acordo com a estimativa rápida avançada hoje pelo INE.

O instituto estatístico adiantou que esta desaceleração “continua a ser, em parte, explicada pelo efeito de base, resultante do aumento de preços dos combustíveis verificado em junho de 2022”.