Vaticano revelou que Matteo Zuppi encerrou os seus trabalhos em Moscovo.
O Papa Francisco afirmou, esta sexta-feira, que parece não se avistar o fim do conflito na Ucrânia. A declaração surge depois de o seu enviado para uma missão de mediação de paz, o cardeal Matteo Zuppi, encerrar três dias de negociações em Moscovo.
“A trágica realidade desta guerra que parece não ter fim exige de todos um esforço criativo comum para imaginar e traçar caminhos de paz”, disse o Papa a uma delegação religiosa do Patriarca de Constantinopla, segundo cita a Reuters.
Em comunicado, o Vaticano revelou que Matteo Zuppi havia encerrado os seus trabalhos em Moscovo, onde chegou na quarta-feira, tendo-se encontrado com Yuri Ushakov, conselheiro de Putin, e com o patriarca Kirill, chefe da Igreja Ortodoxa russa.
“[A visita foi] destinada a identificar iniciativas humanitárias, que poderiam abrir caminhos para a paz”, referia a nota.
O Vaticano indicava ainda que Francisco seria “informado sobre os resultados da visita em vista aos próximos passos a serem dados, tanto no nível humanitário quanto na procura de caminhos para a paz”.
Zuppi, de 67 anos, é o arcebispo de Bolonha, presidente da conferência dos bispos italianos e um veterano das iniciativas de mediação de paz da Igreja Católica através da sua filiação de longa data na Comunidade Santo Egídio, que já teve importantes resultados em resoluções de conflitos, nomeadamente nos acordos de 1992 que conduziram ao fim da guerra civil em Moçambique, tal como sucedeu na mesma década na Guatemala, a juntar a um cessar-fogo no Burundi, em 2000.
No início do mês, Zuppi já havia estado em Kyiv.