O governo francês anunciou hoje uma mobilização excecional de 45.000 polícias para os dias 13 e 14 de julho face ao risco de desordens e protestos durante as celebrações da festa nacional.
Este dispositivo será semelhante ao que foi montado durante os tumultos urbanos que agitaram recentemente o país, e será integrado por unidades de elite da polícia e da guarda nacional (“gendarmerie”), apoiadas por veículos blindados, precisou o ministro do Interior francês, Gérald Darmanin.
As medidas poderão prolongar-se para a noite do próximo sábado, implicando uma mobilização total de 130 mil polícias e guardas nacionais nos três dias.
Darmanin também anunciou a mobilização de milhares de bombeiros, e considerou que estas medidas pretendem evitar um ressurgimento da “extrema violência” que durante uma semana abalou a França após a morte de um adolescente pela polícia em 27 de junho.
Previamente, fonte oficial tinha indicado que o Presidente francês, Emmanuel Macron, decidiu renunciar ao tradicional discurso do feriado nacional de 14 de julho, data que tinha fixado para fazer um balanço aos “100 dias de apaziguamento” das tensões registadas no país.
O chefe de Estado francês tinha feito este apelo ao apaziguamento em meados de abril.
Na altura, o país estava a sair de vários meses de tensões sociais causadas pela reforma das pensões pretendida por Macron, tendo o chefe de Estado então fixado a data, coincidente com o Dia Nacional de França — celebrado anualmente e que remonta à data da tomada da Bastilha (14 de julho de 1789) –, para uma “primeira avaliação” dos grandes projetos que deviam ser lançados para encerrar este capítulo.
Hoje, o gabinete da Presidência francesa anunciou que Macron não falará a 14 de julho e que se pronunciará “nos próximos dias”, sem adiantar uma data.