Um homem matou duas pessoas e deixou uma terceira ferida, na segunda-feira, em Bruxelas. Esta terça-feira de manhã, as autoridades belgas intercetaram, e “neutralizaram”, o suspeito.

Abdeselam L, de 45 anos, foi terça-feira intercetado pelas autoridades durante a operação policial de buscas iniciada após o ataque de segunda-feira à noite, no bairro de Molenbeek, em Bruxelas. A ministra do Interior belga, Annelies Verlinden, confirmou a morte e a recuperação da arma utilizada no crime.

A ministra belga declarou à rádio VRT: “Temos uma boa notícia, nós encontrámos o homem”.

Anteriormente, um porta-voz do Ministério Público federal belga declarou que a polícia tinha “neutralizado” um homem suspeito de matar dois cidadãos suecos num atentado em Bruxelas na segunda-feira à noite.

Suspeito era conhecido das autoridades

“Este ataque terrorista abala os alicerces das nossas sociedades pacíficas”, disse o primeiro-ministro belga, Alexander De Croo, numa conferência de imprensa ao início da manhã, na qual começou por enviar, em nome da Bélgica, as “mais sinceras condolências ao povo da Suécia”.

“Ontem [segunda-feira] à noite, três pessoas saíram para o que deveria ser uma maravilhosa festa de futebol. Dois deles perderam a vida num ataque terrorista brutal”, disse o primeiro-ministro.

O suspeito, Abdeselam L, 45 anos, natural de Schaerbeek, de origem tunisina, estava ilegal no país, acrescentou ainda o mesmo governante.

Abdeselam solicitou asilo em 2019, mas este foi-lhe negado. O homem já era conhecido pela polícia por tráfico de pessoas, residência ilegal e risco de segurança do Estado.

Em 2016, um serviço de segurança estrangeiro denunciou-o como um perfil radicalizado, pronto para lutar numa zona de conflito pela jihad, “mas isso fazia parte de dezenas de relatórios diários deste tipo”, à data, explicou o ministro da Justiça, Vincent Van Quickenborne.

Bruxelas em estado de alerta terrorista máximo

Recorde-se que duas pessoas morreram baleadas e uma outra ficou ferida na segunda-feira, no dia em que as seleções nacionais de futebol da Bélgica e a da Suécia jogavam.

Vídeos amadores publicados nas redes sociais sobre o ataque mostraram um homem vestido com um colete laranja fluorescente a subir numa motorizada, sacando de uma arma grande e disparando contra os transeuntes.

As duas vítimas mortais são cidadãos suecos, que foram assassinados momentos antes de, a cerca de 5 quilómetros do local do tiroteio, no estádio Rei Balduíno, a seleção nacional da Suécia iniciar um confronto com a Bélgica, no âmbito da qualificação para o Euro’2024. O encontro não recomeçou depois do intervalo e Bruxelas está em estado de alerta terrorista máximo.

Segundo o jornal Sudinfo, o homem, que usava um capacete e um colete laranja fluorescente, gritou “Allahu Akbar” (“Alá é Grande”, em português), antes de disparar com uma espingarda do tipo Kalashnikov.

Nas redes sociais, estará “a circular um vídeo em que o agressor explica que vingou [o povo islâmico] ao matar três suecos”, disse a polícia de Bruxelas, citada pelo jornal L’avenir.

“Ele diz que é inspirado pelo Estado Islâmico e citava a nacionalidade sueca das vítimas como possível motivo para o ato”, escreveu ainda o Centro Nacional de Crise numa publicação no X.