Segundo dia de protestos evidencia tensão e promessas de novas reuniões. Movimentos dispersam mas alertam para possível retorno às manifestações.
Neste segundo dia de manifestações que atravessam Portugal, o descontentamento dos agricultores fez-se sentir com vigor, especialmente a sul do Tejo, onde os protestos continuaram a marcar a paisagem social e política do país. A promessa de um encontro futuro com a Ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, acalmou temporariamente os ânimos de vários grupos, que optaram por suspender os bloqueios nesta sexta-feira. Contudo, a resolução parece estar longe de ser definitiva.
O Movimento dos Agricultores do Baixo Alentejo permaneceu firme nas suas posições até o final do dia, mantendo bloqueios em pontos estratégicos como Grândola e Serpa. A insatisfação com as garantias previamente fornecidas pelo gabinete da ministra foi clara, com exigências de compromissos mais concretos para desmobilizar.
A desmobilização parcial observada ao longo do dia veio na sequência de promessas de diálogo. Os agricultores do Baixo Mondego viram ser atendida a demanda pela construção da barragem de Girabolhos em Seia, e esperam pela visita da ministra para discussão de outras questões, incluindo a oposição ao acordo com o Mercosul.
Em Lamego, a mobilização de cerca de 120 veículos agrícolas desfez-se após o agendamento de um novo encontro com o ministério para o próximo dia 08 de fevereiro. Este gesto de abertura, no entanto, não apazigua totalmente os ânimos, com os fruticultores a advertirem para um possível retorno às manifestações caso as suas exigências não sejam plenamente atendidas.
O dia foi ainda marcado por significativos constrangimentos na circulação, evidenciando o impacto dos protestos nas rotinas diárias e na economia local. Apesar de algum alívio nas tensões, a ausência de um acordo conclusivo entre as partes mantém a porta aberta para futuras mobilizações.
A situação em Portugal ecoa um descontentamento mais amplo entre os agricultores europeus, com movimentos semelhantes a ganhar força em França, Bélgica e nos Países Baixos. A promessa de diálogo é um primeiro passo, mas os agricultores portugueses deixam claro: a luta por condições mais justas e sustentáveis no sector agrícola está longe de terminar.