Minhotos enfrentam desafio após perder em casa por 2-4, com golos azeris a complicar apuramento aos ‘oitavos’.
Numa noite complicada para o SC Braga, a equipa portuguesa viu-se derrotada em casa pelos azeris do Qarabag por 2-4, na primeira mão do play-off de acesso aos oitavos de final da Liga Europa. O encontro, que prometia ser equilibrado, inclinou-se a favor dos visitantes na segunda parte, deixando os minhotos com uma difícil tarefa para o jogo de volta no Azerbaijão.
Após um primeiro tempo que terminou com um empate (1-1), o SC Braga não conseguiu suster o ímpeto ofensivo do Qarabag na segunda metade do jogo. Os azeris marcaram três vezes, silenciando os adeptos presentes e provocando reações de descontentamento, com assobios e lenços brancos direcionados ao treinador Artur Jorge.
Num esforço para reduzir o prejuízo, João Moutinho converteu uma grande penalidade nos descontos, amenizando ligeiramente o resultado desfavorável. Contudo, o golpe sofrido deixa o SC Braga numa posição delicada para o confronto de volta, necessitando de uma reviravolta significativa para assegurar a continuidade na competição.
O descalabro em casa não só complica as contas do apuramento para os arsenalistas, como também levanta questões sobre a abordagem tática e a moral da equipa. A segunda mão, agendada para a próxima quinta-feira no Azerbaijão, representa agora um desafio de monta para o SC Braga, que terá de mostrar uma resposta forte e coesa se quiser manter vivas as suas ambições europeias.
Os adeptos do SC Braga, apesar da desilusão, esperam que a equipa consiga dar a volta por cima e protagonizar uma atuação memorável no jogo de volta, superando as adversidades e garantindo um lugar entre os oitavos de final da Liga Europa. A tarefa é árdua, mas o futebol já provou ser palco de reviravoltas surpreendentes.
Declarações de Artur Jorge, treinador do Sp. Braga, na sala de imprensa do Estádio Municipal de Braga, após a derrota (2-4) frente ao Qarabag, em jogo do play-off da Liga Europa:
«O que não correu bem foi, acima de tudo, o resultado. Tivemos uma exibição aquém do que pretendíamos, uma eliminatória que está a meio, com uma vantagem para o nosso rival, por culpa nossa, que acaba por nos penalizar em temos de resultado e de eliminatória também».
[Crise?] «Nos últimos seis jogos que tivemos perdemos apenas com o Sporting, tivemos um empate com o Chaves e uma derrota com o Sporting. Será sempre muito relativo, ou redutor, olhar aos números. A verdade é que não há como esconder que, acrescido com o que aconteceu em Avalade, nos deixa, não diria em crise, mas bastante desconfortáveis, e tem-se notado isso na equipa, para lidar com a exigência que acabamos por ter».
[Que sinais a equipa tem dado? Motivação do plantel para dar a volta?] «A minha motivação é enorme, a dedicação ao trabalho é muita e os jogadores estão alinhados com essa motivação; não é só minha, é de todo o grupo. Temo muita confiança no que fazemos. A verdade é que esta tem sido uma fase em que há intranquilidade, dificuldade de um outro jogador em lidar com esta exigência, e estamos uns furos abaixo em termos exibicionais.»
[Pior jogo desde que está?] «Foi o jogo que mais me custou. Pelo resultado, pela contestação, também tenho sentimentos e percebo isso. O meu papel é perceber, aceitar as críticas e a contestação, porque acho que é justo. Até ao terceiro golo os adeptos estiveram sempre com a equipa, tentaram empurrar a equipa quando precisou, nós, equipa, não estivemos à altura dos adeptos hoje. Foi o que mais me custou, por estar em casa, por não corresponder às expetativas».
[Condições para continuar?] «Com toda a certeza».
[Intranquilidade da equipa] «É o que estamos a tentar descobrir, para anular esse aspeto que tem sido mais penalizador. Há fatores anteriores à conquista do título, um resultado difícil de aceitar em casa, derrotas com Benfica e Porto, falei convosco que teríamos um mês de janeiro com grande exigência. Estes ciclos, quando compactados, podem fazer uma equipa explodir ou abater. Vai desgastando, tudo isto faz com que pese e hoje esta equipa não tenha sido a que vimos jogar em jogos anteriores, para o campeonato, para a Liga dos Campeões. Daqui a três dias vamos ter já um jogo difícil cm o Farense, faz parte do nosso trabalho, temos de olhar para o que temos pela frente, levantar a cabeça. Tombámos hoje, mas temos de nos mostrar capazes de nos levantar. É um desafio difícil para nós, muitos mais difícil do que estava há duas atrás, mas pode ser desafiante».
Declarações de Gurban Gurbanov, treinador do Qarabag, na sala de imprensa do Estádio Municipal de Braga, após o triunfo (2-4) frente ao Sp. Braga, em jogo do play-off da Liga Europa:
«Quero dar os parabéns aos meus jogadores, jogaram contra uma equipa forte, séria, com ataque rápido e perigoso. Os mues jogadores estiveram bem, souberam sofrer, ganhámos 2-4, mas não reflete o que se passou. Nestas eliminatórias, com equipas contra o Braga, nada está decidido, temos o segundo jogo em Baku e temos de ser responsáveis».
«Normalmente, quando se consegue uma vitória destas, não goste de exagerar as coisas. Esta equipa é forte, participa num grande campeonato, mas não significa que somos piores. Confiamos no nosso caminho, vitórias como estas dão mais confiança à nossa equipa e também ao futebol do Azerbaijão. Os meus jogadores foram recompensados, fizeram muitos sacrifícios».
[Teme que um resultado destes possa ter interferência nos seus jogadores?] «Estou um pouco preocupado, pode ter interferência nos jogadores. Temos de nos habituar, entendo os adeptos e os jornalistas, mas temos de ter cuidado, como já disse jogamos com uma equipa como o Braga.