Negócio com SC Braga falha devido a questões de licenciamento

A SAD do Leixões, clube da II Liga, comprou o Complexo Desportivo de Fão por 1,5 milhões de euros, anunciou hoje o presidente do Clube de Futebol (CF) de Fão, Paulo Campos. A venda foi realizada através de um processo judicial interposto pelos credores do CF Fão, que enfrentava dificuldades financeiras devido a dívidas relacionadas com a construção do complexo.

Em novembro de 2018, o SC Braga, o CF Fão e a Câmara Municipal de Esposende tinham formalizado um acordo para a compra do complexo pelo SC Braga, que utilizava o espaço para várias equipas, incluindo a equipa B, que joga na Liga 3. No entanto, na segunda-feira, o SC Braga anunciou a desistência do projeto, acusando o CF Fão de incumprimento do acordo, especialmente no que diz respeito ao licenciamento de utilização do complexo.

CF Fão refuta acusações de incumprimento

Em comunicado, o CF Fão rejeitou qualquer incumprimento do contrato-promessa com o SC Braga. Paulo Campos sublinhou que o complexo estava à venda judicialmente e que foi adquirido pela SAD do Leixões por 1,5 milhões de euros. Criticou ainda o SC Braga, lembrando que o contrato-promessa estabelecia um valor de cerca de 2 milhões de euros para o complexo, valor que o SC Braga nunca chegou a pagar, mesmo depois de avançar com um sinal inicial.

O CF Fão destacou que o SC Braga tinha conhecimento da falta de licença de utilização do complexo desde a celebração do acordo e que, ainda assim, tentou comprar o complexo judicialmente por apenas 1 milhão de euros, um valor muito inferior ao acordado inicialmente.

Câmara de Esposende recusa responsabilidade na quebra do acordo

A Câmara Municipal de Esposende, por seu lado, recusou qualquer responsabilidade pela quebra do contrato-promessa com o SC Braga, afirmando que fez todos os esforços para honrar os compromissos. Num comunicado, a autarquia frisou que a legalização do complexo desportivo era da responsabilidade exclusiva do CF Fão e que, apesar dos seus esforços, não conseguiu impedir a venda judicial do complexo.

A Câmara lamentou a demora no processo de legalização e salientou que conseguiu assegurar a manutenção da cláusula de reversão para proteger os interesses da comunidade de Fão e de Esposende. A autarquia lembrou ainda que foi a direção do CF Fão que trouxe o SC Braga à Câmara para tentar resolver um problema financeiro que se arrastava há mais de uma década.