Autarca local alerta para insegurança e degradação do edifício histórico, enquanto oposição pressiona o município a assegurar fundos para a requalificação. Vereadora Olga Pereira mantém confiança numa decisão judicial favorável.

O presidente da Junta de Freguesia de S. Victor, Ricardo Silva, apelou à Câmara Municipal de Braga para intensificar as medidas de proteção e vigilância em torno da antiga Fábrica Confiança. Durante a última sessão da Assembleia Municipal, Ricardo Silva expressou preocupações com a crescente insegurança no local, devido à presença de indivíduos com dependências que estariam a utilizar o edifício em ruínas como refúgio.

“A fábrica está num estado avançado de degradação e tem sido invadida por pessoas com problemas de adições, o que promove um clima de insegurança na comunidade,” alertou o autarca. Ricardo Silva manifestou receio sobre a possibilidade de incêndios e apelou à autarquia para “honrar o compromisso com os munícipes” ao proteger o imóvel, classificado como de interesse público desde 2020.

Do lado da oposição, o PS, representado pelo deputado municipal Eduardo Gouveia, responsabilizou o município pelo risco de perder o financiamento público necessário para a requalificação do edifício, que deverá ser convertido numa residência universitária. Gouveia criticou o executivo municipal, alegando que, caso o processo judicial em curso resulte numa derrota, o município terá de encontrar alternativas de financiamento, sublinhando que “a responsabilidade política é do presidente e do seu executivo”.

Em resposta, a vereadora Olga Pereira, responsável pelas obras municipais, negou que o edifício esteja atualmente ocupado, admitindo, no entanto, invasões esporádicas que têm sido prontamente resolvidas com o apoio das autoridades. A vereadora acusou Ricardo Silva de fazer uma intervenção “extemporânea” e assegurou que o local está sob vigilância da Polícia Municipal. Além disso, reiterou a confiança de que a decisão do Tribunal Administrativo será favorável ao município, afastando, por agora, a necessidade de recorrer a outros mecanismos de financiamento.

A autarquia está convicta de que a empreitada de requalificação da Confiança avançará dentro do prazo estipulado, com Olga Pereira a recordar que o projeto sempre foi idealizado com a expectativa de obter apoio externo, dada a elevada onerosidade para os cofres municipais. A vereadora também refutou alegações de que o edifício teria sido adquirido com o propósito exclusivo de um fim cultural, apontando que o concurso de ideias lançado no mandato anterior gerou propostas diversificadas para a sua utilização.