Minhotos somam sexto jogo sem perder, mas deixam escapar vitória após novo empate 2-2

O Vitória SC empatou este domingo com o Estrela da Amadora (2-2) num duelo da nona jornada da I Liga portuguesa, com ambas as equipas a beneficiarem de uma grande penalidade na segunda parte. Nuno Santos colocou o Vitória em vantagem aos 43 minutos, mas Leonel Bucca respondeu de imediato, empatando aos 45+1. Na segunda parte, Tiago Silva voltou a colocar os vimaranenses na frente ao converter um penálti aos 69 minutos, mas Rodrigo Pinho, também da marca dos 11 metros, assegurou o empate para o Estrela aos 84.

O Vitória SC, que mantém uma série de seis jogos consecutivos sem perder em todas as competições, chega ao quarto empate seguido na I Liga, acumulando 15 pontos e ficando na sexta posição, atrás do Braga, que soma 17. O Estrela da Amadora, por sua vez, aproveita a derrota do Boavista frente ao Moreirense (2-0) e iguala os ‘axadrezados’ com seis pontos, posicionando-se no 15.º lugar da tabela.

O encontro começou com um Vitória mais dominante na posse de bola e nas iniciativas ofensivas, enquanto o Estrela da Amadora, apesar de bem organizado defensivamente, optava por um estilo de jogo direto. A primeira oportunidade de perigo surgiu aos 22 minutos, quando Leonel Bucca, num cabeceamento, passou perto do alvo da baliza vimaranense.

Aos 43 minutos, o Vitória conseguiu abrir o marcador, com um forte remate de Nuno Santos, após um canto cobrado por Tiago Silva. No entanto, o Estrela reagiu rapidamente, e Bucca igualou a partida aos 45+1 minutos, ao cabecear para o fundo das redes após cruzamento de Nilton Varela.

Sem mudanças no intervalo, o Vitória manteve a pressão e acabou por conquistar uma grande penalidade, convertida por Tiago Silva aos 69 minutos, colocando novamente os minhotos em vantagem. Porém, a segurança da equipa de Rui Borges voltou a falhar, e aos 84 minutos Rodrigo Pinho empatou, também de penálti, após falta de Manu sobre Dramé.

O Vitória SC mostrou superioridade durante grande parte do encontro, mas os momentos-chave acabaram por ditar um novo empate, deixando a equipa minhota sem conseguir traduzir o domínio em vitória.

Declarações de Rui Borges, treinador do Vitória de Guimarães, em conferência de imprensa posterior ao Estrela da Amadora-Vitória de Guimarães (2-2): 

[Quatro jogos sem vencer na Liga, como justificar?]

«É um dado adquirido. Três empates seguidos e perdemos com o FC Porto. Estamos a ser imaturos, a sofrer golos em lances que precisamos de ser mais maduros, mais inteligentes. Eles são comprometidos, tem dado resposta. Acabamos por ser penalizados com pequenos pormenores, como treinador deixa-me frustrado. Se a outra equipa criasse muito em termos ofensivos, se os outros tivessem uma ideia ou propusessem algo diferente… Mas é isso que tem faltado.»

[Análise tática à partida]

«Estávamos preparados para o que o Estrela apresentou. Linha de cinco, três médios, dois avançados, as vezes 5-4-1. Faltou-nos agressividade e acreditar em alguns lances, alguma agressividade ofensiva. Na fase de criação fomos superiores. Sabíamos que o Estrela ia procurar passes verticais e acaba por fazer um golo numa segunda bola onde fomos pouco agressivos. Segunda parte igual, nem vou discutir se é penálti ou não mas o lance do penálti contra nós, existem 500 lances iguais. O Estrela não criou nada, lançou bolas nas costas, não foi capaz de entrar em fase de criação, apenas muito raramente. Faltou-nos ratice.»

[Quatro pontos perdidos em penáltis]

«É frustrante. Se as outras equipas nos propusessem coisas, ficava frustrado. Se nos criassem perigo, mas as equipas não nos têm criado nada. Há coisas que me deixam frustrado. Se fossem superiores a nós, ficava frustrado comigo próprio. Mas não foi o caso. No fim vamos ver onde estamos.»

[Tomás Handel mais em evidência]

«Não destaco só o Tomás, é toda a equipa. Vai ter claramente uma grande carreira, inteligente em termos técnicos e táticos. Tem tido um crescimento enorme e importante na equipa. É continuar e não deixar cair o rigor dele. Ontem sentiu um contratempo físico no treino mas hoje fez um bom jogo e saiu por uma questão de gestão e por ter levado amarelo.»

[Satisfeito com a profundidade do plantel]

É o grupo. Tenho orgulho nele. Era difícil jogar neste campo. Estou satisfeito com toda a gente. Vamos ter baixas e subidas de forma, vamos ter gerir isso e dar resposta.  

Declarações de José Faria, treinador do Estrela da Amadora, em conferência de imprensa posterior ao Estrela da Amadora-Vitória de Guimarães (2-2): 

[Disse antes do jogo que queria igualar o Vitória, em que sentido?]

«Estamos num processo de consolidação. A estrutura do Vitória permite contratar de jogadores de grande qualidade. Não quer dizer que não o façamos, mas não quis referir-me em termos qualitativos do plantel. Sinto que foi um jogo equilibrado, o empate é justo. Se tivéssemos ganho não era vergonha nenhuma.»

[Que ilações retira para o jogo com o Sporting?]

«Foi jogo bem disputado, sabíamos que o Vitória íamos disputar. Sei que se tem falado muito nas viagens e no desgaste, mas na verdade estamos a falar de uma equipa que mudou sete jogadores. Do ponto de vista físico iam estar na máxima força. Permitimos a posse de bola deles, foi algo que nós definimos antes do jogo. O Vitória desbloqueia o jogo com um grande golo. Lá está, pela capacidade individual de quem passou e marcou. Também com alguma passividade nossa. Infelizmente na segunda parte perdemos o Bucca, que estava a fazer um grande jogo até então. O jogo foi bem repartido. Aquele lance do André Luiz na pequena área, um movimento repetido muitas vezes no treino, faz sempre golo, podia ter dado o 3-2.»

[Não utilização de Nani]

«Apenas e só opção. Como não jogou o Cissokho, o Caio Santana, como não foi convocado o Daniel Cabral… o Nani é só mais um jogador. Entendo que haja esta curiosidade em função do passado dele. Mas comigo todos os jogadores são iguais. Joga quem trabalha, não querendo dizer que ele não o faça porque é um excelente profissional. Esta semana esteve dois dias com uma gastroenterite, não treinou a semana inteira. Naquele momento, precisámos do Alan para nos dar bola parada e definição. Foi apenas e só escolha.» 

[Tentou espelhar a tática do Vitória?]

«Não só. A estratégia tentou passar por equilibrar no meio, com o Kikas a incomodar a construção do seis, dando referências diretas aos nossos três médios. Quando eles montassem a três, a nossa ideia foi pressionar de outra forma. Não tentámos espelhar, analisámos cada adversário e tentamos anular os pontos fortes do adversário. Penso que

Ficha de Jogo

Jogo no Estádio José Gomes, na Amadora.

Estrela da Amadora – Vitória SC, 2-2.

Ao intervalo: 1-1.

Marcadores

0-1, Nuno Santos, 43 minutos.

1-1, Leonel Bucca, 45+1.

1-2, Tiago Silva, 69 (grande penalidade).

2-2, Rodrigo Pinho, 84 (grande penalidade).

Equipas

– Estrela da Amadora: Bruno Brígido, Danilo, Ferro, Dramé, Rúben Lima, Leonel Bucca (André Luiz, 58), Paulo Moreira (Igor Jesus, 74), Léo Cordeiro (Keliano, 88), Nilton Varela, Kikas (André Luiz, 88) e Jovane Cabral (Rodrigo Pinho, 74).

(Suplentes: Francisco Meixedo, Cissokho, Igor Jesus, André Luiz, Rodrigo Pinho, Alan Ruiz, Nani, Caio e Keliano).

Treinador: José Faria.

– Vitória SC: Bruno Varela, Bruno Gaspar, Borevkovic, Mikel, João Miguel Mendes (Alberto, 90+4), Tiago Silva, Händel (Manu, 72), Samu (Bica Jr., 87), Kaio César (João Mendes, 72), Nuno Santos e Nélson Oliveira (Jesus Ramírez, 87).

(Suplentes: Charles, Ribeiro, Manu, Jesus Ramírez, João Mendes, Telmo Arcanjo, Alberto, Zé Carlos e Bica Jr.).

Treinador: Rui Borges.

Árbitro: António Nobre (AF Leiria).

Ação disciplinar: cartão amarelo para Händel (33), Ferro (50), Nani (66), João Miguel Mendes (75) e Manu (82).

Assistência: 2.319 espetadores.