Golos de Gharbi e El Ouazzani devolvem confiança aos minhotos frente a um Farense pouco eficaz

O SC Braga regressou às vitórias na nona jornada da I Liga, superando o Farense por 2-0 em casa, com golos de Gharbi e El Ouazzani. A equipa de Carlos Carvalhal, que vinha de uma fase difícil com apenas uma vitória nos últimos quatro jogos, aproveitou o confronto com o último classificado para acalmar as críticas e retomar o caminho dos triunfos, apesar de uma exibição sem grande brilho.

Gharbi inaugurou o marcador aos 41 minutos, após um erro defensivo de Artur Jorge, que permitiu a Bruma cruzar para o avançado que finalizou com precisão. Na segunda parte, Carvalhal introduziu El Ouazzani e Gabri Martínez, e foi o ponta de lança marroquino a sentenciar o jogo aos 70 minutos, ao desviar de cabeça um passe de Zalazar após canto cobrado por João Moutinho.

A equipa minhota entrou com algumas mudanças face ao jogo anterior da Liga Europa, deixando João Moutinho e Zalazar no banco, enquanto Bruma e Ricardo Horta assumiram um ataque mais dinâmico. Apesar de não ter carregado no ritmo, o Braga criou as melhores ocasiões, como o cabeceamento de Paulo Oliveira ao lado da baliza e o remate de Bruma defendido por Ricardo Velho.

Já o Farense, sob o comando de Tozé Marreco, revelou dificuldades em contrariar o domínio dos ‘arsenalistas’, com apenas uma tentativa perigosa aos 32 minutos, num remate de Poloni. A equipa algarvia segue na última posição da tabela e precisa de melhorias significativas para reverter a sua situação.

Nos últimos minutos, o Braga esteve perto de aumentar a vantagem, com Vítor Carvalho a cabecear à barra aos 86 minutos e a desperdiçar nova oportunidade aos 90+4.

Com esta vitória, o SC Braga soma três pontos importantes, afastando-se das críticas e reposicionando-se na I Liga.

Declarações de Carlos Carvalhal, treinador do Sc Braga, na sala de imprensa do Estádio Municipal de Braga, após o triunfo (2-0) frente ao Farense:

«Uma vitória inteiramente justa, uma exibição segura frente a um adversário organizado defensivamente. Agradeço a tranquilidade que a massa associativa deu à equipa, frente a um adversário com muita gente na área, por vezes com uma linha de seis. A nossa ação passou muito por jogar no pé e fazer desmarcações de rutura na última linha. Não é fácil criar oportunidades frente a uma equipa que joga assim, mas ao intervalo estávamos a ganhar de uma forma justa. Jogámos com um adversário que, mesmo a perder, jogava com as linhas recuadas, espreitando eventualmente fazer um golo num contra-ataque, ou de bola parada. Conseguimos chegar ao 2-0, tivemos mais oportunidades, é uma vitória perfeitamente justa».

«A equipa está a progredir, a jogar melhor e a ganhar consistência. Com o Bodo fizemos um bom jogo, se em vez de sofrer tivéssemos marcado, as análises seriam diferentes. Analisando com alguma frieza, depois da paragem disse que a equipa ia subir de rendimento, e está. Tem acontecido coisas que acontecem no futebol, mas normalmente não todos à mesma equipa».

[Alteração no ataque, ao jogar sem ponta de lança] «Primeiro: o Roberto não estava disponível. Segundo: precisávamos de alguém que pudesse acrescentar caso fosse necessário; ao ritmo que jogamos o El Ouazzani não aguentaria o jogo todo e, caso fosse necessário, seria melhor entrar; eventualmente, se jogasse de início, até podíamos ter de o tirar, por questões físicas. Terceiro: o Bruma tem formação de ponta de lança, já falei com ele sobre isso há umas semanas, foi o que optámos que seria o melhor. Na segunda parte lançámos o nosso planto mais incisivo, com a entrada do Gabri».

[Ricardo Horta num momento menos bom?] «Já respondia durante a semana, é o jogador que mais corre na nossa equipa, que mais abnegação e mais entrega tem. A confiança vai aparecer e vai começar a marcar golos, é um jogador que contamos sempre, dá tudo, corre e trabalha, obviamente que pode ir para o banco, mas estará sempre mais próximo de jogar».

Declarações de Tozé Marreco, treinador do Farense, na sala de imprensa do Estádio Municipal de Braga, após a derrota (2-0) frente ao Sp. Braga:

«Acho que o momento do jogo é sofrer o golo aos 41 minutos, da forma que foi. O jogo estava com ascendente do Braga, consentido da nossa parte, como era previsto e trabalhado: dar iniciativa ao Braga na primeira fase. Saíamos duas ou três vezes com muito perigo e estávamos a controlar o Braga, uma equipa muito forte. Sofrer o golo daquela forma, em que abordámos duas vezes mal o lance condicionou-nos, na segunda parte não conseguimos causar o perigo que deveríamos, fruto das circunstâncias. O momento do jogo é aquele golo aos 41 minutos».

[Não seria de esperar um pouco mais de risco?] «É fácil fazer essa análise, mas difícil é saber que tivemos jogadores que não treinaram nenhum a vez esta semana. Tínhamos oito jogadores de fora, agora temos seis. O Elves Balé esteve na seleção e não treinou, não fez minuto nenhum e andou em viagens. Esta foi a nossa realidade para abordar o jogo. Arriscar mais, era previsto, sou o primeiro a fazer quando sinto que podemos ir para a frente; sou o primeiro a querer ir mais para frente. Estava previsto aos 70 minutos, se estivesse 0-0, poder ir mais para cima, sabendo que nos íamos expor mais. Essa é a razão de não ter arriscado, fruto das circunstâncias que temos. Entendi a ideia de o Braga jogar sem um avançado fixo, para tirar referências aos nossos centrais, mas até aos 41 minutos controlámos bem isso. Não fomos surpreendidos, fomos penalizados por um erro enorme aos 41 minutos».

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