O Ministro da Agricultura, José Manuel Fernandes, destacou a importância de uma avaliação detalhada das uvas que não foram colhidas na região do Douro para permitir ao Governo tomar decisões informadas. Com a vindima de 2024 marcada por dificuldades de venda devido a “stocks” elevados e quedas nas vendas de vinho, Fernandes frisou que esta avaliação proporcionará “máxima transparência”, permitindo ao setor atuar com dados precisos.
O Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP) já iniciou uma consulta aos viticultores para especificarem as parcelas não vindimadas, com prazo até 15 de novembro. Esta recolha de dados pretende ser um passo importante para decisões futuras, segundo o ministro.
Durante um colóquio sobre vitivinicultura no Peso da Régua, Fernandes revelou a proposta de rotulagem de origem, já apresentada ao setor, que visa informar os consumidores sobre a proveniência dos vinhos que adquirem. O rótulo especificará a origem do vinho, inclusive em cartas de restaurante, e prevê-se que esteja em vigor na próxima campanha após a atualização de dois decretos-lei. Esta medida, segundo o ministro, reforça “a máxima transparência”.
Outro ponto abordado foi a descativação de fundos do IVDP e do Instituto da Vinha e do Vinho (IVV), uma iniciativa para promover os vinhos nacionais e permitir um uso plurianual das verbas, aguardada com expectativa pela região.
Em resposta às críticas sobre o alcance das medidas de apoio, o ministro afirmou que a linha de crédito de 100 milhões de euros, com taxa de juro zero, foi desenhada para ajudar os produtores, garantindo que as cooperativas ou empresas só recebem fundos se comprovarem que o pagamento chegou aos produtores. A procura já atingiu 150 milhões de euros, e o governo considera um rateio caso a linha de crédito seja ultrapassada.
Fernandes referiu ainda que o IVDP estuda a viabilidade da produção de aguardente vínica na região como forma de escoar excedentes de uvas, sendo esta uma alternativa para apoiar os produtores. Contudo, destacou que soluções como o arranque de vinha ou a vindima em verde, prevista no Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC), seriam apenas “últimos recursos”.