Sindicato alerta para impacto socioeconómico na região; autarquia aguarda esclarecimentos da administração

A fábrica da Coindu, produtora de componentes automóveis em Arcos de Valdevez, irá encerrar as suas portas no final de dezembro de 2024, deixando 350 trabalhadores no desemprego. A notícia foi confirmada pelo Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA) no passado domingo, gerando preocupação não apenas entre os funcionários, mas em toda a região minhota, fortemente dependente desta unidade industrial.

Reunião entre administração e autarquia prevista para esta terça-feira

Até ao momento, a administração da Coindu não forneceu uma justificação oficial para o encerramento, remetendo esclarecimentos para um comunicado que será divulgado em breve. O presidente da Câmara Municipal de Arcos de Valdevez, João Esteves, informou que ainda não foi formalmente notificado da decisão, mas adiantou que está prevista uma reunião com os responsáveis da empresa esta terça-feira para abordar o assunto.

A SIC tentou contactar a administração da fábrica, mas não obteve resposta até ao momento.

Sinais de alerta e mudança de controlo acionista

Embora o anúncio tenha causado surpresa, rumores sobre a possibilidade de encerramento circulavam entre os trabalhadores há várias semanas. Este clima de incerteza intensificou-se após a aquisição de grande parte do capital social da Coindu pelo grupo italiano Mastrotto, há cerca de um mês. O sindicato aponta esta mudança de controlo acionista como um dos possíveis fatores por detrás do encerramento.

Impacto socioeconómico na região

Para o SIMA, o encerramento da fábrica terá repercussões graves não só para os 350 funcionários diretamente afetados, mas também para a economia local, devido à dependência de fornecedores e prestadores de serviços da região. “Estamos a falar de uma unidade de grande relevância para o concelho, que gera emprego direto e indireto numa área já marcada por desafios económicos”, alertou um representante do sindicato.

A fábrica da Coindu tem sido um pilar na economia local, empregando trabalhadores de várias freguesias do município e dinamizando negócios relacionados com o setor automóvel.

Próximos passos

Enquanto aguardam mais informações sobre o encerramento, trabalhadores, sindicatos e autarquia exigem respostas claras e apelam ao Governo para intervir no sentido de minimizar os impactos económicos e sociais desta decisão.

O caso da Coindu junta-se a outros exemplos recentes de encerramentos de empresas em Portugal, levantando questões sobre a necessidade de estratégias para preservar a competitividade do setor industrial e proteger as comunidades locais dependentes destas unidades produtivas.