A XVIII edição do Presépio ao Vivo de Priscos, realizada na freguesia de Priscos, em Braga, alcançou um novo patamar de sucesso, combinando realismo histórico e relevância social. Este ano, o tema central foi a inclusão de migrantes e minorias, uma abordagem que, segundo o padre João Torres, responde às tensões populistas que se intensificam na Europa, propondo uma reflexão sobre o papel essencial dos migrantes na sociedade portuguesa.

Um Presépio que Celebra a Inclusão

O evento deste ano destacou-se pela forte mensagem de acolhimento e união, simbolizada pela presença de Diakanua e Zinga, um casal refugiado do Congo. Após deixarem seu país há oito anos devido à violência e instabilidade, hoje vivem em Braga com os quatro filhos. Sua participação na inauguração do presépio emocionou o público, representando a resiliência de milhares de migrantes que encontram em Portugal uma nova oportunidade de vida.

O padre João Torres enfatizou a importância do acolhimento como uma mensagem central do Presépio, afirmando que “incluir é essencial para construirmos um futuro de paz e união”.

Uma Experiência de Realismo e Comunhão

O Presépio ao Vivo de Priscos não é apenas um espetáculo natalício, mas um evento de referência na preservação de tradições e fortalecimento da comunidade. Com 600 figurantes voluntários, a recriação do ambiente da época do nascimento de Jesus é feita com um impressionante nível de realismo. Milhares de visitantes, entre grupos de catequese, escuteiros e paróquias, compareceram para vivenciar este momento único, transformando a freguesia de Priscos num verdadeiro cenário de encanto e espiritualidade.

A organização agradeceu profundamente aos voluntários, destacando que “cada papel desempenhado ajuda a manter viva a magia do Natal e transmite uma mensagem de esperança e união”.

Compromisso com a Inclusão Social

O Presépio de Priscos mantém, há nove anos, uma parceria com o Estabelecimento Prisional de Braga, envolvendo reclusos na construção e manutenção do cenário. Esta colaboração promove a reintegração social através do trabalho conjunto, valorizando a dignidade humana.

Ex-reclusos que participaram no projeto voltaram este ano como visitantes, agora acompanhados pelas suas famílias, para compartilhar histórias de superação e gratidão. Para muitos, o envolvimento no presépio foi um marco de recomeço, ajudando-os a desenvolver competências e restaurar a autoestima.

Impacto e Reconhecimento

O evento consolidou-se como um marco cultural e social em Portugal e no norte de Espanha. Além do impacto positivo na comunidade, o Presépio ao Vivo de Priscos recebeu inúmeros elogios nas redes sociais, destacando-se como símbolo de esperança, fé e partilha.

Com uma mensagem de inclusão e valores universais, o presépio reafirma seu papel como um espaço onde tradição e relevância social se encontram, tocando os corações de todos os visitantes e mantendo viva a essência do Natal.