Violência doméstica continua a ser o crime mais reportado. Associação alerta para aumento de 31,9% nos casos entre 2022 e 2024.
A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) apoiou, entre 2022 e 2024, um total de 9.085 crianças e jovens vítimas de crimes, o que corresponde a uma média de oito vítimas por dia. Os dados foram revelados esta quarta-feira, no âmbito do Mês da Prevenção dos Maus-Tratos na Infância, assinalado em abril.
A APAV alerta que “qualquer criança ou jovem pode ser vítima de crime e violência”, sublinhando um aumento preocupante no número de casos acompanhados: em 2022 foram apoiadas 2.595 vítimas, em 2023 o número subiu para 3.066, e em 2024 atingiu as 3.424 — um aumento global de 31,9% em três anos.
Segundo os dados, 60% das vítimas eram do sexo feminino, com idades maioritariamente entre os 11 e os 17 anos. Em 38,3% das situações, o agressor era um dos progenitores da criança ou jovem.
Mais de metade dos crimes (51,1%) ocorreram na residência partilhada entre vítima e agressor. A maioria das vítimas é de nacionalidade portuguesa (78,8%) e em 62,2% dos casos houve apresentação de denúncia formal.
Entre os 16.493 crimes e formas de violência reportados à APAV neste período, a violência doméstica representa a maioria (62,3%), seguindo-se crimes relacionados com conteúdo de abuso sexual de menores (12,1%) e abuso sexual de crianças (10,9%).
A associação apela à sensibilização e à denúncia, lembrando que a proteção das crianças e jovens é uma responsabilidade de todos.