Penálti de Justin de Haas colocou Famalicão em vantagem, mas autogolo de Rodrigo Pinheiro permite empate aos bracarenses, que podem ser ultrapassados pelo FC Porto.
O SC Braga empatou hoje 1-1 na deslocação ao Estádio Municipal de Famalicão, em jogo da 31.ª jornada da I Liga. O empate comprometeu as ambições dos bracarenses de segurar o 3.º lugar, com o FC Porto a distar apenas dois pontos e a jogar no sábado contra o Estrela da Amadora.
O jogo começou de forma desfavorável para os “arsenalistas”, com um penálti cometido por Sikou Niakaté que Justin de Haas não desperdiçou, colocando o Famalicão em vantagem logo aos 8 minutos. Apesar da desvantagem, o Braga ainda procurou reagir, mas a sua intensidade ofensiva não foi suficiente para criar grandes oportunidades antes do intervalo. O Famalicão também teve várias chances de ampliar a vantagem, com Elisor e Sorriso perto de marcar.
Na segunda parte, o treinador Carlos Carvalhal mexeu na equipa, lançando Gorby, Roger Fernandes e Bambu, o que trouxe mais intensidade ao jogo. A pressão resultou no autogolo de Rodrigo Pinheiro, aos 74 minutos, após um cruzamento de Roger Fernandes e passe de João Moutinho, restabelecendo a igualdade.
Nos descontos, o jogo ganhou novo fôlego, com ambas as equipas a desperdiçarem boas oportunidades de golos, mas o empate manteve-se até ao apito final.
O Famalicão soma agora sete jogos consecutivos sem perder em casa, mas vê-se a distar quatro pontos do 5.º lugar, atualmente ocupado pelo Vitória SC. Já o Braga, que continua a lutar por um lugar no pódio, pode ser ultrapassado pelo FC Porto, que joga no sábado.
Hugo Oliveira, treinador do Famalicão, na sala de imprensa, após igualdade (1-1) frente ao Sp. Braga:
«Sim, fico com a sensação de que podíamos ter ficado com os três pontos num bom jogo de futebol. Entrámos bem, a saltar a pressão, a meter o jogo como gostámos e acabámos por fazer golo. No final da segunda parte podíamos ter definido melhor e podíamos ter ido para o intervalo a vencer por dois, o jogo seria diferente.
O Sp. Braga na segunda parte veio com outra energia, correndo mais riscos e trazendo coisas diferentes ao jogo. Nesse momento tínhamos de ter mais paz e mais pausa. A verdade é que depois o adversário também criou situações e podia ter feito golo como nós também podíamos ter feito. O resultado não nos deixa satisfeitos porque o futebol é resultado e para nós um bom resultado são os três pontos.
[exibição de Léo Realpe] A força deste grupo é o coletivo. Temos trocado jogadores constantemente e todos os que jogam têm dado boas respostas. O Léo é um jogador que conhecemos bem, que acreditamos muito e por isso é que o clube comprou o atleta. Ainda vai crescer muito no seu jogo, tem muito potencial, mas como ele há outros, todas as semanas aparece um nome novo. Este é um grupo que trabalha muito e a qualidade do processo permite o crescimento do jogador.
Hoje jogámos contra um adversário que tem muita qualidade, entre a mescla de experiência e juventude. A entrada do Roger trouxe coisas completamente diferentes. Saímos daqui com a sensação de que podíamos ter conquistado os três pontos. O Braga é uma equipa que gosta de esticar o jogo e isso desgasta muito os adversários. O Roger faz esse ataque muito bem e consegue criar situações no um para um. Os extremos trabalharam muito no processo defensivo.
[Justin marcador de penáltis] O nosso marcador é o Oscar Aranda, como não estava, o Justin assumiu, noutro dia pode ser outro. Foi irrepreensível na marcação e fez uma excelente exibição. A capacidade de entendimento que a equipa tem do jogo permite que as individualidades sobressaem.
[Olha para o 5.º lugar?] Olhamos para os jogos um de cada vez e não me preocupa quem joga antes ou depois. A classificação vai ser o reflexo do trabalho que é feito constantemente e dos resultados que vamos tendo».
Carlos Carvalhal, treinador do SC Braga, na sala de imprensa, após igualdade (1-1) frente ao Famalicão:
«Tivemos uma entrada em falso e fomos penalizados por um penálti. A perder 1-0, uma equipa que quer ganhar, responde e a equipa responde bem. Estivemos bem até aos 30 minutos, mas, nos últimos 15 minutos, houve um apagão e o Famalicão assumiu o jogo.
Na segunda parte, foi completamente diferente. Corrigimos algumas coisas, corrigimos posicionamentos, fomos mais pressionantes e, além do golo, tivemos duas ou três oportunidades. O Famalicão também teve uma ocasião, boa defesa do Lukas [Hornicek].
Estou muito contente com os meus jogadores, triste com o resultado, mas ficamos com a sensação de que se marcássemos uma daquelas situações que conquistávamos os três pontos.
[assume a candidatura ao 3.º lugar?] Não, continuamos a pensar jogo a jogo.
[regressos de Roger e Navarro] Não foi um jogo fácil para o Fran [Navarro], mas teve um comportamento dentro do expectável para um jogador que esteve afastado da competição. Numa situação diferente, o Roger, com um ritmo muito alto, sentiu-se muito mais a sua entrada devido à sua capacidade de explosão. Se entrasse de início, se calhar iria ter mais dificuldade, por isso acho que entrou na hora certa.
[o que tentou alterar ao intervalo?] O objetivo foi chegar mais à frente e aumentar a pressão sobre o Famalicão. A nossa equipa reajustou-se bem e criámos sempre dificuldades, mas globalmente na segunda parte a nossa equipa exerceu uma boa pressão sobre o Famalicão e houve uma mudança da primeira para a segunda parte».
Ficha de Jogo
Estádio Municipal de Famalicão
Famalicão – SC Braga, 1-1
Ao intervalo: 1-0
Marcadores:
1-0, Justin de Haas (8’ – penálti)
1-1, Rodrigo Pinheiro (74’ – autogolo)
Equipas:
Famalicão: Carevic, Rodrigo Pinheiro, Léo Realpe, Justin de Haas, Rafa Soares, Mathias de Amorim, Van de Looi, Sorriso (Pedro Bondo, 88’), Gustavo Sá (Otar Mamageishvili, 80’), Gil Dias e Elisor (Sejk, 80’).
Treinador: Hugo Oliveira.
SC Braga: Lukas Hornicek, Víctor Gómez, Paulo Oliveira (Bambu, 46’), Sikou Niakaté, Francisco Chissumba, João Moutinho, Uros Racic (Gorby, 46’), Gharbi (Roger, 46’), Rodrigo Zalazar, Ricardo Horta e Fran Navarro (El Ouazzani, 60’).
Treinador: Carlos Carvalhal.
Árbitro: João Gonçalves (AF Porto)
Assistência: Cerca de 4.500 espectadores.