Boavista vence por 2-1 nas Aves e junta-se a AFS e Farense com 24 pontos, a duas jornadas do fim
O Boavista venceu esta segunda-feira o AFS, por 1-2, em jogo da 32.ª jornada da Primeira Liga, numa partida marcada por reviravolta tardia e uma luta intensa pela manutenção. A equipa das Aves até esteve em vantagem, graças a um golo de Nené aos 62 minutos, mas viu os axadrezados empatarem por Seba Pérez aos 71′ e consumarem a viragem já perto do fim, aos 89’, com Diaby a selar a vitória.
Com este resultado, AFS, Boavista e Farense somam agora 24 pontos, ocupando os três últimos lugares da tabela, numa reta final que promete emoções fortes. O Estrela da Amadora, com 29, também está envolvido na luta pela permanência.
Jogo nervoso e decidido nos detalhes
Após a pesada derrota frente ao Benfica (6-0), o técnico Rui Ferreira promoveu várias alterações no onze e sistema do AFS. Também o Boavista, goleado pelo Sporting (0-5), apresentou mexidas. As duas equipas entraram tensas e, apesar de algumas boas oportunidades, foram para o intervalo empatadas.
O segundo tempo trouxe mais emoção. O AFS adiantou-se aos 62 minutos por Nené, após livre cobrado por Piazón. Poderia ter ampliado logo depois, mas Vaclík negou o 2-0 a Piazón. No lance seguinte, Seba Pérez marcou um grande golo de fora da área, empatando a partida.
Já nos minutos finais, Bozeník assistiu Diaby, que bateu Ochoa com um remate cruzado. Curiosamente, o último golo de Diaby na Liga havia sido em 2018… também contra o Aves.
O golo causou momentos de tensão nas bancadas, com uma breve invasão de campo prontamente controlada pela GNR. O Boavista segurou a vantagem até ao apito final.
Tudo em aberto
Com duas jornadas por disputar, o cenário é imprevisível no fundo da tabela. A equipa das Aves terá de pontuar e esperar deslizes diretos para manter-se entre os grandes.
Declarações de Rui Ferreira, treinador do AFS, na sala de imprensa do Estádio do Desportivo das Aves, após a derrota (1-2) frente ao Boavista na antepenúltima jornada da Liga:
«Foi um jogo em que entrámos bem, chegámos ao golo com alguma naturalidade de forma meritória e até achávamos que o jogo estava controlado pela forma como estávamos a jogar. O jogo fica marcado pela forma como podíamos ter feito o 2-0, pelo Piazon, e não fizemos. O Boavista acreditou cada vez mais, num remate atravessado empatou o jogo e não conseguimos reagir. Permitimos ao Boavista chegar ao 2-1 num lance que tem sido recorrente. No cômputo geral fizemos um bom jogo, não vou dizer que desligámos na parte final, mas acabamos por sair penalizados. Não tivemos a sorte do jogo no nosso lado, nesse lance que podia ter sido o 2-0».
[Pela primeira vez em zona de descida direta] «Estar nesta posição ou estar como estávamos não é confortável. Não temos estado confortáveis com a nossa prestação, oito jogos sem vencer. Não temos andados confortáveis, a pressão é para todos, as três equipas têm 24 pontos, faltam dois jogos e vai ser até ao fim. Nada está decidido. Vamos acreditar que podemos sair vencedores desta disputa».
[Pontos perdidos depois de estar a vencer] «Podemos estar a falar de algum nervosismo, alguma ansiedade de querer segurar o resultado, e acabamos por cometer erros. É uma questão mental em que muitas das vezes, fruto da pressão, os jogadores acabam por cometer erros. A ansiedade a apoderar-se daquilo que não queremos. Acima temos de tudo acreditar no que os jogadores podem fazer».
Declarações de Stuart Baxter, treinador escocês do Boavista, na sala de imprensa do Estádio do Desportivo das Aves, após o triunfo (1-2) frente ao AVS, que mantém os axadrezados na luta pela permanência:
«Olhando para o jogo, taticamente e tecnicamente, penso que tivemos alguns bons momentos. Não estivemos tão bem na primeira parte, mas penso que dominámos a segunda parte e quando marcaram o golo não senti uma queda. Continuámos a jogar, porque sabemos o significado deste jogo e sabemos que temos soluções. Fomos bravos. A grande qualidade que mostrámos esta noite foi essa: fomos bravos, daí os adeptos estarem contentes, pela emoção que mostrámos. Foi uma grande emoção ver os jogadores e os adeptos a festejar em comunhão: fantástico».
[Tem uma longa carreira. Como enquadra este jogo?] «Muito especial. Penso que já estive em grandes jogos como treinador: Liga dos Campeões, Liga Europa, grandes decisões, jogos de seleções… Os grandes jogos têm significado, mas todos percebemos o significado deste jogo, a sua energia. Fantástico».