Equipa minhota levou decisão ao ‘golden set’, mas Benfica foi mais eficaz nos momentos-chave e revalidou título 50 anos depois
Depois de ter vencido os dois primeiros jogos da final por 3-2, o SC Braga parecia estar em rota segura para o título. No entanto, o Benfica respondeu com igual determinação, vencendo os dois jogos seguintes (3-1 e 3-0), forçando o quinto e decisivo encontro — culminando numa final histórica, de incerteza constante e emoção até ao último ponto.
As bracarenses até começaram melhor a partida decisiva, entrando determinadas e construindo uma vantagem sólida de 10-4 no primeiro set. Apesar da recuperação encarnada, Braga manteve-se firme até aos 24-23, mas Alice Clemente e Isidora Ubavic selaram a reviravolta a favor do Benfica (25-23).
Apesar da desvantagem, o SC Braga respondeu com garra e conseguiu recuperar no segundo set, forçando um longo ‘tiebreak’ até aos 30-28. Num encontro de altíssimo nível técnico e emocional, o terceiro set acabou por ser o mais desequilibrado, com o Benfica a impor-se por claros 25-15, após um colapso bracarense na parte final.
Ainda assim, as minhotas recusaram-se a baixar os braços e voltaram a empatar o encontro, vencendo o quarto set por 25-23, num momento de grande superação, aproveitando erros de finalização das encarnadas.
O momento mais insólito surgiu antes do arranque do ‘golden set’, quando o árbitro Ricardo Ferreira se sentiu indisposto e teve de ser substituído por Rui Reis, árbitro de mesa. O incidente não afetou o ritmo frenético da decisão.
No parcial decisivo, o SC Braga chegou a liderar por 12-10, alimentando a esperança da maior conquista da sua história. Contudo, o Benfica manteve a compostura, recuperou a desvantagem e selou o título com o decisivo ponto de Joana Garcês (15-13), terminando uma espera de cinco décadas e somando o 10.º título nacional ao seu palmarés.
Apesar da derrota, o SC Braga sai desta final como uma das grandes histórias da época desportiva, mostrando uma evolução notável e prometendo voltar ainda mais forte nas próximas temporadas.
João Diogo Santos orgulhoso da prestação da equipa bracarense na primeira final da história do clube
“É um sentimento agridoce. Foi por pouco”, lamenta treinador do SC Braga após final perdida no ‘golden set’
Apesar da dor da derrota, João Diogo Santos, treinador do SC Braga, mostrou-se profundamente orgulhoso da sua equipa após a intensa final do Campeonato Nacional de Voleibol Feminino, onde as minhotas caíram apenas no ‘golden set’ diante do Benfica (3-2).
“É um sentimento agridoce. Estou bastante orgulhoso de tudo neste jogo. Não é fácil vir aqui, à Luz, e discutir um 3-2, depois de duas derrotas onde já poderíamos ter sido campeões. Mas o que estas atletas fizeram é notável”, declarou o técnico no final da partida.
O SC Braga chegou à final pela primeira vez na sua história e esteve a um passo de fazer história, depois de ter vencido os dois primeiros jogos do play-off. No entanto, o Benfica reagiu e, numa reviravolta épica, recuperou o título 50 anos depois.
“Foi por pouco. Não tenho palavras para descrever todo o esforço destas atletas, dia após dia. Trabalharam muito, queriam muito isto. Agora é levantar a cabeça e começar já a pensar na próxima época para tentar que o desfecho seja diferente”, concluiu João Diogo Santos, com visível emoção.
Ficha de jogo:
Pavilhão n.º 2 do Estádio da Luz, Lisboa
Assistência: Cerca de 1.300 espetadores
Resultado final: Benfica 3-2 SC Braga
Parciais: 25-23 (29 min), 28-30 (39), 25-15 (25), 23-25 (32) e 15-13 (27)
Benfica: Mariana Garcêz, Cansun Çetin, Alice Clemente, Isidora Ubavic, Angélica Malinverno e Tatiana Rizzo (líbero). Jogaram ainda: Joana Garcês, Beatriz Paiva, Marta Aleixo e Veronika Dokic.
Treinador: Rui Moreira
SC Braga: Dayana Hernandez, Thainalien Leyva, Margarida Maia, Ana Figueiras, Maria Lopes e Matilde Rodrigues (líbero). Jogaram ainda: Viviane Araújo e Catarina Lemos.
Treinador: João Diogo Santos
