Portugal Está Representado por Quatro Cardeais Eleitores no Processo de Escolha do 267.º Papa
Iniciou-se esta quarta-feira, na Capela Sistina, em Roma, o aguardado Conclave que dará início ao processo de eleição do 267.º Papa da Igreja Católica, sucessor de São Pedro e de Papa Francisco. O evento reúne 133 cardeais eleitores de todo o mundo, que, sob um rigoroso sigilo, irão escolher o novo líder da Igreja, com uma série de votações realizadas de forma secreta, sem qualquer contacto com o exterior.
O início oficial do Conclave foi marcado pela cerimónia de entrada na Capela Sistina, após a qual se seguiu a fase simbólica conhecida como extra omnes, onde todos os não-eleitores foram convidados a deixar o espaço sagrado. Este momento marca o início do período de isolamento e oração, em que os cardeais devem “deixar tudo fora da Capela”, conforme descreveu Paolo Ruffini, prefeito do Dicastério para a Comunicação do Vaticano, em um editorial recente.
Antes de adentrarem a Capela Sistina, os cardeais participaram numa missa presidida por Giovanni Battista Re, decano do Colégio Cardinalício. Com 91 anos, Re não participa das votações, mas é um importante líder espiritual neste processo. Dentro da Capela, os cardeais fizeram um novo juramento de sigilo, reafirmando o compromisso assumido durante as Congregações Gerais realizadas previamente.
O Conclave é liderado pelo cardeal Pietro Parolin, atual secretário de Estado do Vaticano, que é também o primeiro na ordem de votação entre os cardeais eleitores presentes. Parolin é frequentemente apontado como um dos possíveis papáveis, assim como o cardeal italiano Fernando Filoni e o filipino Luis Tagle.
Portugal tem quatro representantes no Conclave: os cardeais Manuel Clemente, António Marto, Américo Aguiar e José Tolentino de Mendonça. Eles ocuparão, respetivamente, a 38.ª, 59.ª, 97.ª e 118.ª posição na ordem de votação.
Durante os primeiros dias do Conclave, os cardeais irão realizar até quatro votações diárias — duas pela manhã e duas à tarde. Caso não se alcance uma maioria de dois terços (89 votos) ao fim de três dias de votação, os cardeais farão uma pausa de um dia para oração e reflexão antes de retomar as votações. Os boletins de voto, após cada ronda, serão queimados. Se a votação não resultar numa escolha, o fumo será negro, sinalizando a falta de decisão. Quando um cardeal for eleito Papa, o fumo será branco, anunciando a conclusão do processo.
Após a eleição, o novo Papa será apresentado à multidão na Praça de São Pedro e anunciará o nome papal que irá adotar. A missa de início de pontificado será celebrada nos dias seguintes, marcando o início do novo papado.
Este processo ocorre num ambiente de total segurança e secretismo, com todas as comunicações suspensas e controladas pelas autoridades italianas para garantir o isolamento absoluto dos cardeais eleitores durante o período de escolha.