Sindicato prevê “adesão em massa” apesar de alegadas tentativas de boicote
A função pública está hoje em greve em todo o país, com impactos esperados na educação, saúde, Autoridade Tributária e no Instituto dos Registos e do Notariado (IRN). A paralisação foi convocada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Serviços e de Entidades com Fins Públicos (STTS), que prevê uma forte adesão por parte dos trabalhadores.
“A greve é nacional, abrange todos os trabalhadores da Administração Pública, independentemente do vínculo ou da carreira”, afirmou Mário Rui, presidente do STTS, em declarações à agência Lusa.
Entre os setores mais afetados estarão as escolas, hospitais, centros de saúde, repartições de finanças e conservatórias. Na educação, podem aderir professores, assistentes operacionais, técnicos e administrativos. Na saúde, o protesto poderá contar com a participação de médicos, enfermeiros, assistentes técnicos e auxiliares.
Greve por melhores condições e valorização das carreiras
O sindicato justifica a paralisação com a “degradação das condições de trabalho, os baixos salários e a desvalorização generalizada das carreiras”, criticando ainda o que considera ser falta de reconhecimento da importância dos serviços públicos.
“Os trabalhadores estão fartos de promessas vazias e de uma gestão que os ignora”, lê-se no comunicado do STTS.
Sindicato denuncia “tentativas de boicote”
Segundo o sindicato, a mobilização enfrentou dificuldades causadas por alegadas tentativas de boicote por parte de algumas entidades empregadoras, nomeadamente na distribuição do pré-aviso de greve e na restrição à divulgação da paralisação nos locais de trabalho.
O STTS acusa ainda outros sindicatos de desinformarem os trabalhadores ao afirmarem que a greve seria exclusiva para sócios do STTS, o que considera ter gerado “um ambiente de caos e confusão”.
Apesar dos obstáculos, Mário Rui assegura que “os trabalhadores da Administração Pública não se deixarão calar”, sublinhando que a greve representa “um grito de resistência contra qualquer forma de repressão laboral”.
Esta é a segunda greve nacional da função pública convocada este ano pelo STTS, sendo esperada uma maior mobilização do que a registada em fevereiro.