Zalazar e Pavlidis marcaram os golos de um jogo que confirmou posições da época passada

O SC Braga empatou este sábado com o Benfica, 1-1, na 34.ª e última jornada da I Liga, resultado que confirmou o quarto lugar para os minhotos e o segundo para os encarnados — tal como na época passada.

Zalazar inaugurou o marcador para o Braga, aos 24 minutos, na conversão de uma grande penalidade assinalada após intervenção do VAR, a punir falta de Tomás Araújo sobre Ricardo Horta. O Benfica respondeu na segunda parte, com Pavlidis a empatar aos 63 minutos, após assistência de Di María.

Apesar de jogar cerca de meia hora em superioridade numérica, depois da expulsão de João Moutinho (66 minutos), o Benfica não conseguiu inverter o resultado e terminou a prova com os mesmos 80 pontos da época anterior, atrás do campeão Sporting.

O Braga, que havia perdido sete pontos nas três jornadas anteriores, viu esfumar-se a possibilidade do pódio, mas assegurou o quarto lugar com 66 pontos — menos dois do que na época passada.

No início do jogo, as duas equipas criaram boas oportunidades. Barreiro desperdiçou para o Benfica logo aos seis minutos, e Paulo Oliveira obrigou Trubin a defesa apertada pouco depois. O Benfica, algo apático após sofrer o golo, só ameaçou novamente com Pavlidis, que obrigou Hornicek a intervenções seguras.

Na segunda parte, Bruno Lage tentou agitar o jogo com várias alterações ofensivas, incluindo a entrada de Di María, Bruma e Belotti. A aposta deu frutos de imediato, com Pavlidis a empatar. No entanto, mesmo em vantagem numérica, o Benfica não criou muitas ocasiões de perigo.

Carlos Carvalhal respondeu com substituições para segurar o resultado e quase viu a sua equipa chegar ao 2-1 em contra-ataque, valendo ao Benfica o guarda-redes Trubin.

Com o empate e a vitória do Sporting por 2-0 frente ao Vitória SC, o Benfica viu escapar o título e fechou a época sem troféus, enquanto o Braga volta a garantir presença europeia.

Carlos Carvalhal, treinador do Sp. Braga, no final do jogo com o Benfica (1-1), em declarações à flash interview da Sport TV:

(jogo) «Desde janeiro, ganhámos na Luz e aqui ao FC Porto, empatámos em Alvalade e hoje com o Benfica, num jogo muito bom, aberto, com oportunidades para ambos os lados. Poderíamos ter ganho o jogo, mesmo a jogar com dez. Fica uma tarde “à Braga”, com a equipa a dar o máximo dentro do campo, a fazer um jogo com qualidade, e os adeptos a vibrarem fora do campo, a apoiarem a equipa do início ao fim. É um bom mote para o futuro. As bases estão cimentadas para o Sp. Braga poder chegar mais acima».

(balanço da época) «Quando fazemos um rescaldo, ficam os resultados e a classificação. Obviamente, temos de fazer a nossa análise. Já a fiz antes do jogo. Acho que a primeira parte da época foi muito conjuntural. Aceitei o convite por ser o Sp. Braga, não o iria aceitar se não fosse o meu amor ao clube e por ser o presidente que é. Foi um risco tremendo. Três dias depois, jogámos a permanência nas competições europeias, e se o Braga não tivesse vencido o Servette na Suíça iríamos ter um problema muito grande à priori. Sabia também que ia ser um desafio muito difícil. Fomos tentando levar o barco a bom porto. Fomos andando nas competições todas e, a partir de janeiro, houve a possibilidade de colocarmos a nossa impressão digital na equipa, conjuntamente com o presidente António Salvador, que tem um conhecimento profundo de todos os jogadores. Começámos a ter mais treinos aquisitivos, porque começámos a jogar mais vezes uma vez por semana, e a equipa fez uma segunda parte de temporada excelente, dentro do ADN do Sp. Braga, com futebol positivo, aquele futebol que aprendi com o Carlos Batista, quando tinha 15 ou 16 anos. Fica o sabor amargo de não termos conseguido o terceiro lugar, porque tínhamos a sensação de que poderíamos o ter conseguido, mas fica a consciência tranquila e o orgulho de termos feito um grande trabalho, tendo em conta as dificuldades que encontrámos».

(Sporting é campeão justo?) «Antes de mais, parabéns ao Sporting. Um abraço também ao árbitro auxiliar, Felisberto, que fez hoje o seu último jogo, e outro para o Nuno Manso. O Sporting foi um justo campeão porque ganhou. Mas por ter sido campeão, o Bruno Lage e a sua equipa técnica não deixam de ser extremamente competentes. Fez um excelente trabalho. Quando se discute um título até à última, o mérito vai para os campeões – parabéns ao Rui Borges e ao Sporting – mas também ao Bruno e ao Benfica por terem ido até à última pinga de suor».

Bruno Lage, treinador do Benfica, em declarações na conferência de imprensa na 34.ª e última jornada da Liga:

«[Análise ao jogo] Foi uma entrada forte da nossa parte, com duas boas oportunidades. Surge o penálti, bem analisado pelo VAR, mas o Sp. Braga até aí não tinha feito nada para se colocar em vantagem. A equipa correu atrás do resultado, tentámos corrigir posicionamentos, fazer com que as alterações fossem suficientes para marcar dois golos, só marcámos um e não vencemos o jogo, que era importante. Não vencemos o campeonato e lamento imenso. Lamento pelos adeptos, porque sei o que significa ganhar o campeonato e aqui estou eu a assumir a responsabilidade. Sei a dor que é não vencer o campeonato, mas tenho de dizer que tenho um orgulho enorme nos jogadores, que nestes oito meses deram tudo, foram com as nossas ideias até ao último minuto. Aproveito para dar os parabéns ao Sporting.»

«[Que adjetivos encontra para qualificar esta época? Falou com Rui Costa sobre o futuro?] Ainda temos um troféu pela frente e há todo um trabalho que fizemos esta época. A minha análise da época não se deve apenas a perder o campeonato, sabemos o que significa não vencer o campeonato no Benfica, não o oferecer aos nossos adeptos, sabemos disso. Já vencemos um troféu, temos de recuperar e sair daqui juntos e unidos. Por muito difícil que seja, temos de renovar energia e focar atenções no jogo da Taça.