Milhares de aficionados marcaram presença, este domingo, no emblemático “salto da Lameirinha”, em Fafe, para assistir à derradeira etapa do Rali de Portugal. Entre bandeiras de todo o mundo, música alta e o cheiro a bifanas, viveu-se mais uma edição vibrante da festa do automobilismo.
A moldura humana encheu as encostas que ladeiam o salto, considerado uma verdadeira “catedral” do WRC. Para muitos, como Bruno Soares, de Leça do Balio, que se autodenominou “campeão da cerveja”, a festa começou na véspera. No tejadilho do carro, dezenas de garrafas testemunhavam a “tradição”, num cenário onde a cerveja e a boa disposição rivalizavam com os carros em competição.
Entre tendas e churrascos improvisados, a comunhão entre amigos e desconhecidos, movidos pela paixão pelos ralis, deu o tom ao evento. “Isto é um orgasmo de satisfação”, brincou um adepto de Lousada, enquanto grelhava fêveras para o grupo.
A segurança foi reforçada e os acessos controlados, mas nem isso travou a enchente. De carro, moto, bicicleta, ou até trotinete, todos os caminhos pareciam levar ao salto da Lameirinha.
Ricardo Costa, de Vieira do Minho, resumiu o sentimento geral: “É um orgulho nacional. Um momento de comunhão com os amigos, com carros a voar e bandeiras ao vento.”
Apesar da menor presença de adeptos espanhóis — talvez devido à ausência de pilotos do país nos lugares cimeiros —, o ambiente não esmoreceu. “Venho há quatro ou cinco anos e já estou a pensar no próximo”, disse Diogo Lopes, de Guimarães.
Com o cheiro a terra batida, música, motores e convívio, Fafe voltou a provar que é muito mais do que um simples troço de rali — é um ponto de encontro de paixões e tradições.