Ministério Público conclui inexistência de indícios e encerra investigação; autarca lamenta julgamento público e impacto familiar
O Ministério Público arquivou o processo de alegada violência doméstica que envolvia o presidente da Câmara Municipal de Vizela, Victor Hugo Salgado, por considerar que não existem indícios que sustentem uma acusação. A decisão foi divulgada esta sexta-feira e dá por encerrado o inquérito que decorreu nas últimas semanas.
De acordo com o Jornal de Notícias, a esposa de Victor Hugo Salgado recusou-se a prestar declarações durante o inquérito e manifestou claramente a sua vontade de que o processo não tivesse seguimento. O despacho do Ministério Público, citado pelo mesmo jornal, sublinha que o autarca “não foi constituído arguido nem chegou a ser interrogado”, devido à “inexistência de indícios do crime de violência doméstica” e com o objetivo de “assegurar a paz social e a tranquilidade no seio da família”.
Em resposta ao contacto do jornal O MINHO, Victor Hugo Salgado emitiu um comunicado no qual afirma que sempre foi “contra qualquer tipo de violação dos direitos humanos, em particular a violência doméstica”, lamentando, no entanto, o que considerou ser um “julgamento e condenação públicos” antes da conclusão do processo judicial.
“Sempre defendi o respeito, a dignidade e a liberdade de todas as pessoas, em particular, das mulheres”, lê-se na nota enviada pelo autarca, que se afastou recentemente da presidência da Distrital de Braga do PS após perder a confiança política de Pedro Nuno Santos.
No comunicado, Victor Hugo Salgado reforça que desde o início se mostrou disponível para prestar declarações, tendo a convicção de que “não se tratava de qualquer crime de violência doméstica”. Refere ainda que a sua esposa, Sara Salgado, declarou que nunca existiu qualquer comportamento penalmente relevante da sua parte, nem intenção de provocar maus-tratos físicos, psicológicos, ou de a humilhar.
O autarca termina lamentando o impacto público do processo: “Este arquivamento não evitou o julgamento mediático e as consequências negativas, tanto políticas como, sobretudo, pessoais, para mim e para a minha família. Os meus filhos foram expostos a uma pressão injusta e diária ao longo das últimas semanas”.
Com o processo encerrado, Victor Hugo Salgado procura agora recuperar a sua imagem pública, após semanas de escrutínio mediático e tensão familiar.