Iniciativa apela ao fim da inação internacional e pede distribuição urgente de ajuda humanitária na Faixa de Gaza

Um grupo de advogados e juristas portugueses lançou esta semana uma petição online com o objetivo de exigir um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza. A iniciativa, intitulada “Carta Aberta – Que se ponha fim à inação perante o horror”, foi lançada na passada quinta-feira e já reúne mais de uma centena de assinaturas.

O documento denuncia a agravada crise humanitária no território, referindo a violação dos mais elementares direitos humanos e da dignidade da vida.
“Pelos quase 54 mil mortos em Gaza. Pelos sobreviventes — famintos, feridos, marcados para sempre”, afirmou o primeiro subscritor da petição, o jurista bracarense Nuno Albuquerque.

Além do cessar-fogo, o texto exige a distribuição imediata e sem restrições de alimentos e ajuda médica, sob coordenação da ONU, bem como a imposição de sanções ao Estado de Israel, caso o governo israelita ignore o apelo internacional. O grupo defende também um cessar-fogo que garanta segurança e justiça para todos os palestinianos, a libertação de reféns israelitas e de prisioneiros palestinianos detidos arbitrariamente.

“Esta luta não pode ser indiferente a uma classe profissional e académica que diariamente pugna pela defesa de direitos, liberdade e garantias. Esta guerra compromete-nos a todos. Somos testemunhas. E recusamo-nos a ser cúmplices pelo silêncio”, sublinha Nuno Albuquerque, apelando à subscrição alargada da carta-aberta.

O documento enfatiza que não tem qualquer motivação antissemita, nem se trata de uma defesa de um Estado específico ou de um povo em particular. Antes, denuncia a aniquilação sistemática de uma população civil:
“Trata-se da destruição de toda a sociedade, das suas casas, dos seus edifícios, das suas escolas, dos seus hospitais, da sua arqueologia, das suas ruas. Da falta de comida, água, eletricidade — em suma, da aniquilação de uma população.”

A petição permanece aberta a novas subscrições, num apelo claro ao fim da violência e à mobilização internacional por uma solução humanitária urgente.