João Baptista e Sandra Cardoso apresentaram candidaturas e criticaram a falta de investimento municipal em áreas chave como habitação, transportes e espaços verdes

A CDU lançou esta quinta-feira, em Braga, a sua pré-campanha para as eleições autárquicas de 2025, elegendo a habitação e a mobilidade como os principais problemas do concelho. O cabeça de lista à Câmara Municipal, João Baptista, e a candidata à Assembleia Municipal, Sandra Cardoso, apresentaram publicamente as suas candidaturas num ato simbólico junto a um edifício devoluto na Rua do Castelo, apontado como exemplo do abandono urbano.

João Baptista não poupou críticas à atual gestão camarária relativamente à política de habitação:
“Braga deixou de ser uma das cidades mais acessíveis para viver e passou a estar entre as que apresentam custos mais elevados. É lamentável que não haja um único edifício habitacional em construção com recurso ao PRR ou a qualquer outro programa de financiamento. A autarquia devia corar de vergonha.”

O candidato comunista defendeu ainda o reforço da frota dos TUB, a eliminação da discriminação entre coroas tarifárias, a construção da Variante do Cávado, a defesa de uma ligação ferroviária entre Braga e Guimarães e a criação de um passe único intermodal regional.

Outra das críticas incidiu na falta de espaços verdes:
“A cidade sofre de uma claustrofóbica ausência de espaços de lazer e medidas eficazes para mitigar o aumento das temperaturas.”

João Baptista defendeu ainda a ampliação da área cirúrgica do Hospital de Braga, considerando-a uma necessidade urgente para melhorar o acesso à saúde.

Sandra Cardoso, candidata da CDU à Assembleia Municipal, reforçou que “Braga está farta de boas intenções que não se concretizam”, mencionando projetos como o BRT, o Nó de Infias e a prometida requalificação da habitação pública que continuam por executar.
“Está na hora de agir e de melhorar efetivamente as condições de vida da população.”

Paulo Raimundo contra PPP no Hospital de Braga

O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, que marcou presença no lançamento da candidatura, criticou o possível regresso da parceria público-privada (PPP) no Hospital de Braga:
“Estamos a assistir a um desmantelamento do SNS, promovido pelo Governo, que está a transferir o negócio da doença para os grandes grupos económicos. A ministra da Saúde está a cumprir esse desígnio.”

Raimundo defendeu ainda o aumento do salário mínimo nacional para 1.000 euros, a atualização de pensões e reformas, e mais investimento público na habitação e na rede de creches públicas.

O líder comunista reforçou que Braga precisa de “eleitos da CDU, gente de trabalho, honesta e competente”, e deixou um apelo à mobilização em torno da candidatura.