Cristiano Ronaldo volta a brilhar, Nuno Mendes encanta e Diogo Costa sela a vitória nas grandes penalidades. Seleção nacional escreve mais uma página dourada no futebol europeu.
O velho ditado “não há duas sem três” nunca fez tanto sentido como agora para a seleção nacional e, em especial, para Cristiano Ronaldo. Portugal voltou a reinar na Europa, este domingo, ao conquistar a Liga das Nações pela terceira vez em menos de uma década. Em Munique, a equipa das quinas superou a vizinha Espanha, por 5-3 nas grandes penalidades, após empate a duas bolas no tempo regulamentar e prolongamento.
Cristiano Ronaldo, o último ‘sobrevivente’ daquele amargo Euro 2004, somou mais uma conquista ao seu impressionante currículo, juntando a Liga das Nações de 2025 às vitórias no Euro 2016 e na edição inaugural da prova em 2019. Desta vez, o astro português contou com a genialidade de Nuno Mendes para brilhar.
O encontro começou equilibrado, com Portugal a mostrar qualidade, mas foi a Espanha quem abriu o marcador por Martim Zubimendi aos 21 minutos. A resposta surgiu de imediato, aos 26’, com Nuno Mendes a protagonizar um lance de classe na área adversária e a empatar o jogo.
À beira do intervalo, Mikel Oyarzabal voltou a colocar os espanhóis em vantagem (45’), impondo um duro golpe aos lusos. No entanto, Portugal regressou dos balneários determinado, e Cristiano Ronaldo fez valer a sua experiência ao empatar novamente, aos 61 minutos, após mais uma jogada soberba de Nuno Mendes. O golo 938 da carreira de CR7 levou o jogo para prolongamento, antes de o capitão sair ovacionado, aos 88’, devido a queixas físicas.
Durante o prolongamento, Portugal manteve-se audaz, mas a decisão acabou por chegar nas grandes penalidades. Aí, Diogo Costa emergiu como herói, ao defender o remate de Álvaro Morata, antes de Rúben Neves fechar as contas com o 5-3 final. Um desfecho que permitiu à seleção nacional vingar a eliminação sofrida nas meias-finais do Euro 2012 frente à mesma Espanha, também nas penalidades.
Notas da Partida
Figura: Nuno Mendes
Nuno Mendes assinou uma exibição memorável. O lateral-esquerdo do PSG, embalado pela conquista da Liga dos Campeões, foi dono e senhor do corredor, deixando Lamine Yamal sem resposta. Marcou o golo do empate e ainda assistiu CR7 no segundo, sendo claramente o melhor em campo.
Surpresa: Cristiano Ronaldo
Apesar de discreto na primeira parte, Ronaldo apareceu quando mais se precisava. Demonstrando faro de golo e instinto de campeão, o avançado de 40 anos voltou a marcar numa final e mostrou, uma vez mais, por que é um dos maiores de sempre.
Desilusão: Óscar Mingueza
O lateral-direito espanhol teve dificuldades em manter o nível exigido numa final desta magnitude. Perdeu vários duelos, cometeu erros e acabou por ser substituído logo no início do prolongamento.
Treinadores:
- Roberto Martínez optou por surpreender com João Neves a lateral-direito, mas lançou Vitinha e Francisco Conceição de início. As substituições ao longo do jogo revelaram-se decisivas e a equipa demonstrou resiliência até ao fim.
- Luis de la Fuente manteve-se conservador, tardando nas alterações. A sua hesitação acabou por pesar, e a Espanha não conseguiu manter o domínio.
Arbitragem:
Sandro Scharer teve uma noite exigente, recorrendo ao VAR em três dos quatro golos. Enquanto o golo de Nuno Mendes foi validado de forma clara, os tentos espanhóis deixaram dúvidas — um por possível fora de jogo de Oyarzabal e outro por falta sobre Bernardo Silva na génese do lance.
Portugal volta a afirmar-se como uma potência do futebol europeu. De 2016 a 2025, com três troféus no espaço de nove anos, esta geração continuará a inspirar, enquanto Cristiano Ronaldo assina, possivelmente, o último capítulo da sua gloriosa carreira internacional com mais uma conquista.