Aeroportos pedem à Comissão Europeia a revisão das regras de segurança. Novas tecnologias podem eliminar a necessidade de restrições que há muito causam filas e transtornos aos passageiros.
A proibição de transportar líquidos em frascos com mais de 100 mililitros na bagagem de mão pode estar prestes a ser revista nos aeroportos da União Europeia. A pressão parte de vários aeroportos europeus, que apelaram à Comissão Europeia para aliviar estas restrições de segurança, justificando que estas medidas já não se adequam à realidade tecnológica atual.
A mudança surge na sequência da decisão do Reino Unido, que aboliu recentemente esta limitação ao implementar scanners de nova geração nos seus aeroportos. Em causa está a tecnologia EDS CB C3 — conhecida como “scanners C3” — que permite detetar líquidos explosivos nas malas de cabine, sem necessidade de remover os frascos nem limitar os volumes a 100 ml.
A Airports Council International (ACI Europe), associação que representa os aeroportos europeus, enviou uma carta ao executivo comunitário a solicitar a revisão urgente das normas em vigor. Alega que as restrições atuais resultam em tempos de espera elevados, aumentam os custos operacionais e obrigam a uma maior mobilização de pessoal de segurança.
Atualmente, as regras da Comissão Europeia exigem que todos os líquidos transportados na bagagem de mão — incluindo bebidas, cremes, pastas e gel — sejam acondicionados em frascos de até 100 ml e colocados num saco plástico transparente com capacidade máxima de 1 litro. Frascos com mais de 100 ml apenas são permitidos na bagagem de porão, com exceção para medicamentos e alimentos de bebé.
Apesar de já existirem scanners C3 em grandes aeroportos como Munique, Roma, Frankfurt, Milão e até em infraestruturas mais pequenas como Palma de Maiorca e Vilnius, a Comissão Europeia, em setembro de 2024, decidiu manter as restrições. A decisão foi justificada com o argumento de que os equipamentos ainda não cumprem integralmente os critérios técnicos definidos a nível comunitário.
Ainda assim, cresce a pressão por uma mudança legislativa que permita aos aeroportos europeus seguir o exemplo britânico, modernizando o controlo de segurança e tornando a experiência de voo mais ágil e conveniente para os passageiros.