Líder parlamentar do PSD critica violência junto ao teatro “A Barraca”, reafirma compromisso com o setor agrícola e evita comentar disputas políticas.
SANTARÉM, 12 de junho de 2025 (Lusa) — O líder parlamentar do PSD, Hugo Soares, condenou de forma veemente o ataque perpetrado por um grupo de neonazis contra atores da companhia teatral “A Barraca”, ocorrido em Lisboa. À margem de uma visita à Feira Nacional da Agricultura (FNA), em Santarém, Soares classificou como “um absurdo” admitir que alguém possa não repudiar esse tipo de violência.
“Creio que seria um absurdo considerar que há alguém neste país que não condena veementemente os ataques que aconteceram à porta de um teatro”, afirmou o dirigente social-democrata, referindo-se ao ataque de terça-feira, no qual um ator foi agredido e necessitou de assistência hospitalar após insultos xenófobos.
Apesar da condenação clara do episódio, Hugo Soares recusou-se a antecipar o sentido de voto do PSD em futuras iniciativas parlamentares sobre o tema. “A violência deve ser sempre rejeitada, seja onde for”, frisou.
Durante a visita à FNA, o parlamentar destacou a centralidade da agricultura na governação da Aliança Democrática (AD), defendendo que o setor primário “deixou de ser um setor menor”. Enfatizou também a importância da sustentabilidade ambiental na agricultura e o papel transformador da União Europeia desde a adesão de Portugal à antiga Comunidade Económica Europeia, há 40 anos.
“Os agricultores devem muito ao projeto europeu. A União Europeia é um projeto de paz, mas também um projeto transformador da nossa sociedade e do setor primário”, declarou.
Soares preferiu não abordar temas políticos como as negociações para o cargo de Provedor de Justiça, afirmando que queria manter o foco na agricultura: “Tudo o que eu disser ao lado será a notícia, e eu quero mesmo só falar convosco sobre a agricultura”.
Entre as medidas para o setor agrícola, destacou o regresso da agricultura à estrutura das CCDR, o incentivo à produção biológica, a aceleração de apoios e a valorização das exportações, especialmente com mercados como o Brasil.
O ataque junto ao teatro “A Barraca” continua a gerar reações de condenação de vários quadrantes políticos e sociais, com o país a assistir, com preocupação, ao ressurgimento de discursos de ódio e violência com motivações ideológicas.