António Peixoto, o “Pachancho”, foi pioneiro na indústria metalomecânica nacional e símbolo de inovação bracarense no século XX
António Gomes do Vale Peixoto, mais conhecido por “Pachancho”, foi uma figura incontornável do património industrial de Braga. Fundador da mítica Fábrica Pachancho, marcou profundamente a história económica e tecnológica da cidade, com contribuições que chegaram à indústria automóvel, agrícola e até à aeronáutica.
Nascido em 1890, na freguesia de Maximinos, em Braga, António Peixoto começou por ser motorista de Dona Chica, mas rapidamente se destacou pela sua ousadia e engenho mecânico. Fundou, em 1920, a sua primeira oficina e, anos mais tarde, adquiriu pavilhões inacabados do hospital de Infias, onde ergueu a Fábrica Nacional de Pistões Pachancho. O complexo chegou a empregar centenas de operários e foi responsável pela produção de pistões, motores, bicicletas motorizadas e componentes para veículos civis e militares.
A sua criatividade não conhecia limites: construiu micromotores, projetou peças para o Teatro Circo e ousou até sonhar com a produção de automóveis nacionais. Depois da sua morte, em 1958, a empresa sofreu reestruturações, mas o legado de inovação industrial persistiu através do Grupo Pachancho, fundado em 1984.