A Alemanha deportou esta terça-feira 81 cidadãos afegãos, todos homens, num voo organizado com o apoio do Catar, informou o Ministério do Interior alemão. Esta é a segunda deportação de afegãos desde que os Talibã retomaram o poder no Afeganistão em 2021, e a primeira desde que o novo governo alemão tomou posse.

Segundo o comunicado do ministério, os indivíduos deportados tinham chamado a atenção das autoridades judiciais e fazem parte de um grupo prioritário para repatriamento. A medida insere-se na nova política migratória mais rígida do Executivo liderado por Friedrich Merz, que sucedeu a Olaf Scholz.

Desde que assumiu funções em maio, o novo governo alemão tem endurecido a sua postura sobre migração, uma promessa central da campanha eleitoral. Entre as primeiras medidas adotadas está o reforço da segurança nas fronteiras e a suspensão de programas de reunião familiar para muitos migrantes.

De acordo com Berlim, esta política visa proteger a segurança interna e garantir o controlo das fronteiras, num momento em que crescem as tensões internas sobre o acolhimento de requerentes de asilo.

A deportação aconteceu poucas horas antes de um encontro internacional sobre migração, convocado pelo ministro do Interior Alexander Dobrindt, no Zugspitze, o ponto mais alto da Alemanha, junto à fronteira com a Áustria.

Participam na cimeira representantes da França, Polónia, Áustria, Dinamarca, Chéquia e o comissário europeu para a Migração, Magnus Brunner. O objetivo do encontro é debater soluções coordenadas para o aumento da pressão migratória na Europa Central e Ocidental.

O último voo de deportação para o Afeganistão ocorreu há mais de dez meses, ainda sob a liderança de Olaf Scholz, que também havia prometido aumentar o número de repatriamentos. Contudo, o governo atual vai mais longe, pretendendo ampliar o número de deportações para o Afeganistão nos próximos meses, mesmo com o regime Talibã ainda no poder.