Medida representa quase 40% do total de empréstimos contratados por jovens até aos 35 anos
A garantia pública na compra de casa por jovens abrangeu 15,3 mil contratos de crédito até agosto deste ano, num montante global de 3,0 mil milhões de euros, segundo dados divulgados esta segunda-feira pelo Banco de Portugal (BdP).
Estes contratos representaram 39,6% do número de empréstimos e 41,9% do montante contratado por jovens até aos 35 anos para habitação própria e permanente.
No total do crédito concedido para compra de casa no mesmo período, os contratos com garantia do Estado corresponderam a 21,7% do número e 24,8% do montante. Até final de agosto, estavam já utilizados 37,5% (407 milhões de euros) do valor atribuído pelo Estado para este regime.
Agosto com quebra face a julho
Só em agosto foram assinados 2,1 mil contratos com garantia pública, num montante de 416 milhões de euros. Estes equivalem a 45,5% do número e 47,0% do montante dos contratos realizados por jovens nesse mês.
Face a julho, registou-se uma queda de 14,7% em número de contratos e 12,9% em valor.
Regiões com maior adesão
Entre janeiro e agosto, no Alentejo e na Lezíria do Tejo, mais de metade dos contratos jovens de habitação foram realizados com garantia pública. Já na Grande Lisboa e na Madeira, o peso foi inferior, rondando um terço do total.
Governo reforça verbas
O Governo aprovou este mês um reforço de 350 milhões de euros, elevando para 1.550 milhões o montante global disponível para a medida. O despacho, publicado a 24 de setembro, autorizou ainda o pedido do BPI para um acréscimo de 100 milhões de euros, e da Caixa de Crédito Agrícola de Mafra para mais 1,8 milhões.
A garantia pública aplica-se a contratos assinados até final de 2026, para jovens entre 18 e 35 anos, que adquiram a primeira habitação própria e permanente até 450 mil euros. Os beneficiários não podem já ser proprietários de outro imóvel, nem ter rendimentos acima do 8.º escalão do IRS (cerca de 81 mil euros anuais).
Com esta medida, os jovens podem obter 100% do valor de avaliação do imóvel, em vez do limite de 90% que se aplica à generalidade dos clientes.