O secretário-geral do PCP criticou hoje o “concurso de promessas eleitorais” entre outros partidos, antecipando que, após as eleições, essas promessas irão “pelo cano abaixo”, e contrapôs que a CDU “honra todos e cada um” dos seus compromissos.
Num discurso realizado num comício na Praça da República, em Viana do Castelo — município onde a CDU tem um vereador —, Paulo Raimundo apelou a que, nas eleições autárquicas do próximo domingo, os eleitores “votem na força que não descarrega promessas eleitorais”.
“Agora em campanha é vê-los. Quase que dava para fazer um concurso de quem carrega mais promessas eleitorais nesta altura do campeonato. Mas votem na força que não carrega, como os outros, promessas e mais promessas e, depois, no dia seguinte, as promessas vão pelo cano abaixo”, afirmou.
O líder comunista defendeu que, ao contrário desses partidos, que não especificou, a CDU “honra todos e cada um dos compromissos” que assume e “presta contas todos os dias” aos munícipes.
Perante algumas dezenas de apoiantes que, antes do comício, participaram numa arruada pelo centro da cidade, Paulo Raimundo afirmou que a CDU é uma “força que não engana”.
“Esta força não admite que digam que [os políticos] são todos iguais. Iguais são aqueles que, na Câmara Municipal de Viana do Castelo e nos órgãos autárquicos do concelho, se vergaram aos grandes interesses e entregaram a água, esse bem público, à gestão privada. Esses sim é que são todos iguais”, disse, sublinhando que a CDU é a “força da diferença”.
O secretário-geral do PCP fez esta referência à ideia de que os políticos são todos iguais depois de, durante o seu passeio pelo centro da cidade, se ter cruzado com uma senhora que lamentou o estado do país e considerou que há muitos políticos desonestos.
Na conversa, Raimundo defendeu que é necessário haver mais “gente séria e honesta” na política — lema que está presente no ‘slogan’ da CDU nesta campanha: “trabalho, honestidade, competência”.
Apesar de, nas eleições autárquicas de 2021, a CDU ter ficado em terceiro lugar na corrida à Câmara Municipal de Viana do Castelo, elegendo apenas um vereador, a coligação detém a presidência da união de freguesias da cidade, onde venceu.
Questionado sobre as razões dessa diferença de resultados, Paulo Raimundo explicou que o “projeto de proximidade e de ligação às pessoas” da CDU é “mais fácil” de concretizar a partir das juntas de freguesia.
“Nós estamos a construir o caminho para que a CDU se apresente como alternativa, não apenas à gestão das juntas de freguesia, como temos sido, mas também à gestão da câmara”, disse, reconhecendo que esse objetivo “é difícil”, mas “não impossível”.
Posteriormente, deixou uma crítica ao líder do Chega, André Ventura, que recentemente afirmou querer transformar o Algarve no “grande bastião” do seu partido.
“Não vale a pena estar com a arrogância e com a demagogia a dizer que vamos fazer da Câmara Municipal de Viana do Castelo um bastião da CDU. Isso seria arrogância e demagogia. Mas nós não desistimos desta população, disso podem ter a certeza”, afirmou.
Para estas eleições, Paulo Raimundo sublinhou que o objetivo da CDU é reeleger um vereador e alcançar “mais votos e mais força”, de forma a garantir que o trabalho da coligação “tenha mais efeitos na vida das pessoas”.
O candidato da CDU à Câmara Municipal de Viana do Castelo é José Maria Flores, que já integrou executivos da união de freguesias da cidade, estrutura que a CDU tem conseguido manter sob sua presidência.
