Os quatro cidadãos portugueses que integraram a flotilha humanitária Global Sumud chegam hoje, pelas 22h40, ao aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, após terem sido repatriados de Israel, anunciou o Governo.
Segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE), os ativistas — a coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, a atriz Sofia Aparício e os ativistas Miguel Duarte e Diogo Chaves — serão recebidos pelo secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Emídio Sousa.
Empunhando bandeiras e lenços da Palestina, os manifestantes no aeroporto enpunhavam cartazes com palavras de ordem como “Libertem a Palestina” e “Obrigado Marina, Sofia, Diogo e Miguel por nos representarem”.
Presentes estavam ainda antigos e atuais dirigentes do Bloco de Esquerda como Francisco Louçã, Catarina Martins, Luís Fazenda, Jorge Costa e outros.
Os portugueses foram detidos na noite de quarta para quinta-feira passada, quando as forças israelitas intercetaram cerca de 50 embarcações da flotilha, que pretendia levar ajuda humanitária à Faixa de Gaza. Após a interceção, os ativistas foram levados para um centro de detenção no deserto de Neguev, no sul de Israel, juntamente com mais de 450 pessoas de diversas nacionalidades.
A embaixadora de Portugal em Telavive, Helena Paiva, acompanhou o repatriamento, visitando os cidadãos no centro de detenção de Ketsiot e garantindo que se encontravam bem de saúde, embora tivessem relatado “várias queixas” relacionadas com as condições de detenção. O MNE informou que os ativistas não sofreram violência física, mas enfrentaram “condições difíceis e duras” e ficaram “bastante tempo” sem água e comida.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, afirmou esperar que o regresso ao país ocorra “sem nenhum incidente”, destacando que a mensagem da flotilha humanitária foi transmitida.
A flotilha descreveu a sua missão como pacífica, com o objetivo de “romper o bloqueio de Gaza” e fornecer ajuda humanitária a uma população que enfrenta fome e graves dificuldades.
O Governo israelita tem condenado iniciativas deste tipo, acusando os ativistas de estarem ligados ao movimento Hamas. O ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben Gvir, visitou os ativistas no porto de Ashdod, classificando-os como “terroristas” e sugerindo que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu os mantivesse detidos por vários meses, em vez de os deportar.
































