IL acusa Governo de aumentar despesa em 10 mil milhões de euros anuais sem justificação

Mariana Leitão critica falta de transparência nas contas públicas e promete “poder real” para a Iniciativa Liberal nas autarquias.

A presidente da Iniciativa Liberal (IL), Mariana Leitão, acusou esta quinta-feira o Governo de promover aumentos sucessivos da despesa pública “sem qualquer justificação”, estimando um crescimento médio de 10 mil milhões de euros por ano no Orçamento do Estado para 2026 (OE2026).

“Crescemos todos os anos cerca de 10 mil milhões na despesa do Estado e, ainda assim, dizem que a Iniciativa Liberal, que propunha medidas com um impacto fiscal de dois mil milhões por ano, é que era radical?”, questionou a líder liberal, durante um discurso no âmbito da campanha autárquica.

Mariana Leitão, que chegou ao som de “Enter Sandman”, dos Metallica, acompanhada pelo candidato à Câmara de Braga, Rui Rocha, acusou o Executivo socialista de “aumentar brutalmente a despesa todos os anos sem nunca justificar de onde vem o dinheiro”.

Para a IL, “radical é continuar a gastar sem resolver redundâncias, sem cortar atos administrativos inúteis e sem definir o que o Estado deve ou não fazer”.

A líder liberal afirmou que a prometida reforma do Estado “acabou antes de começar”, defendendo que o país vive preso a um modelo que “não fecha o ciclo”, caracterizado por “investimento baixo, produtividade baixa, licenciamento impossível e uma economia de baixo valor acrescentado”.

“Enquanto o Estado insistir em controlar tudo, continuará a falhar em quase tudo”, afirmou.

Mariana Leitão denunciou ainda um “aumento brutal” de mais de 300 milhões de euros em outros impostos diretos, o que representa um crescimento de 259%, sem qualquer explicação no relatório do Orçamento.

“O Governo está a tapar buracos nos impostos mais escondidos, sem explicar de onde vem esta receita. E para alimentar que Estado? O mesmo Estado do Partido Socialista”, acusou.

Confiante num bom resultado nas autárquicas de domingo, Mariana Leitão destacou que, em 2021, a IL elegeu autarcas em dez distritos e que, em 2025, “vai triplicar esse número”.

“Vamos eleger vereadores com pelouros executivos, que façam a diferença real na vida das pessoas — não apenas presenças simbólicas, mas poder efetivo nas decisões locais”, prometeu.

A líder liberal defendeu ainda que a IL está pronta para “acelerar licenciamentos, promover a construção e baixar o preço das casas”, ao mesmo tempo que “exigirá transparência na gestão autárquica e fechará a porta ao amiguismo e à corrupção”.