No concelho de Braga residiam 28.538 cidadãos estrangeiros em dezembro de 2024, segundo o Relatório de Migrações e Asilo da AIMA.
O número de cidadãos estrangeiros a residir em Portugal quase quadruplicou em sete anos, atingindo 1.543.697 no final de 2024, de acordo com o Relatório de Migrações e Asilo 2024, divulgado esta quinta-feira pela Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA). Este valor ficou abaixo das estimativas feitas em abril.
Em 2017, Portugal contava com 421.802 cidadãos estrangeiros, número que subiu para mais de 1,5 milhões em 2024. No distrito de Braga, residiam 63.231 estrangeiros, dos quais 28.538 viviam no concelho de Braga.
A maioria (71%) dos estrangeiros possui título de residência, enquanto 286.302 pessoas estavam com processos pendentes tratados pela Estrutura de Missão da AIMA. O relatório contabiliza ainda 61.242 beneficiários de proteção temporária, 7.517 cidadãos da CPLP com autorizações caducadas e 125 titulares de vistos de longa duração que manifestaram intenção de permanecer no país.
A comunidade brasileira mantém-se como a maior, representando 31,4% do total, seguida da indiana (7,4%), angolana (6,9%) e ucraniana (5,9%). Em termos de grupos regionais, os maiores crescimentos verificaram-se entre cidadãos da CPLP, do subcontinente indiano e da Europa. A população estrangeira é maioritariamente adulta, com 77% entre os 18 e 44 anos, e composta principalmente por homens (56,1%).
Geograficamente, a população estrangeira concentra-se sobretudo no litoral, destacando-se os distritos de Lisboa, Faro, Setúbal e Porto, que acolhem 71,3% do total (1.100.670 pessoas). Até ao final de 2024, foram emitidos 218.332 títulos de residência, menos 34% do que em 2023, ano marcado pela conversão automática de manifestações de interesse em autorizações CPLP.
As autorizações de residência para atividade profissional e cidadãos da CPLP representam 56,3% das novas concessões, enquanto 2.081 autorizações foram atribuídas para investimento, maioritariamente a cidadãos dos Estados Unidos, China e Rússia. Foram apresentados 2.677 pedidos de proteção internacional, 58,2% provenientes do continente africano, sobretudo Senegal, Gâmbia e Angola, resultando em 1.244 autorizações provisórias, de refugiados ou proteção subsidiária.
Portugal acolheu ainda 46 requerentes de proteção internacional de países como Somália, Guiné Conacri, Líbia e Etiópia, além de 152 afegãos evacuados após o golpe de Estado de 2021. O número de menores não acompanhados aumentou 151,9% face a 2023, atingindo 204, com mais de metade oriunda da Gâmbia.
O relatório final da AIMA revê também em alta o número de estrangeiros em Portugal em 2023, passando de 1.044.606 para 1.304.833, devido ao trabalho da Estrutura de Missão.