O novo presidente da Câmara Municipal de Guimarães, Ricardo Araújo, aposta em três eixos estratégicos — mobilidade, habitação e uma nova política económica municipal — para inaugurar um novo ciclo de crescimento e atratividade no concelho. O autarca, eleito pela Coligação Juntos por Guimarães (PSD/CDS-PP) com maioria absoluta nas eleições de 12 de outubro, toma posse este sábado, pondo fim a 36 anos de governação socialista no município.
Mobilidade
A grande prioridade será o metrobus, um sistema de transporte público com canais dedicados, que o presidente espera ter a funcionar até ao final do mandato.
“Temos de resolver problemas estruturais de mobilidade. O metrobus é um projeto que Guimarães não pode falhar”, sublinhou.
Além do transporte coletivo, Ricardo Araújo quer requalificar a rede viária, resolver o congestionamento do nó de Silvares e simplificar o acesso aos transportes públicos, tornando-os uma alternativa real ao automóvel.
Sobre a ligação ao Avepark, o autarca anuncia que travará o projeto herdado do PS, preferindo alternativas como a ligação ao norte da cidade e a Braga por metrobus e a requalificação da EN101 entre Guimarães e Caldas das Taipas.
Habitação
O presidente eleito considera que Guimarães “precisa claramente de mais oferta habitacional”, tanto pública como privada.
Criticou a falta de execução nos últimos anos, apesar da disponibilidade de fundos nacionais e europeus, e compromete-se a agilizar os processos de licenciamento para acelerar a construção privada.
“Temos de aumentar a oferta pública e privada de habitação para responder às necessidades das famílias”, afirmou.
Nova política económica municipal
O terceiro eixo do programa será a criação de uma nova política económica, que promova a diversificação do tecido empresarial e posicione Guimarães como referência europeia de inovação.
“Queremos atrair setores de ponta, tecnológicos, que criem emprego qualificado e bem remunerado. Esse é o caminho para reter talento”, destacou.
Nesse sentido, anunciou a elaboração de um plano estratégico para o desenvolvimento económico e a futura criação de uma agência municipal de captação de investimento.
PDM e governação
Quanto à revisão do Plano Diretor Municipal (PDM), ainda em impasse, Araújo responsabiliza o anterior executivo do PS pelo atraso, e admite introduzir alterações, caso o calendário legal o permita, para aumentar o solo destinado à habitação e à atividade empresarial.
Nas empresas municipais, o autarca promete profissionalização das administrações, que passarão a ter gestores executivos a tempo inteiro, e garante estabilidade, sem descartar mudanças estruturais.
Sobre uma eventual auditoria às contas do município, diz não ter “predeterminação” mas não afasta o recurso a esse instrumento “se for necessário para uma boa gestão”.
No final da entrevista, Ricardo Araújo expressou o objetivo central do seu mandato:
“Daqui a quatro anos, quero que os vimaranenses sintam que valeu a pena a confiança na mudança.”
































